O pagamento de R$ 16 milhões devidos pelo governo do Ceará garantirá o retorno da operação nas fábricas da Paquetá, grupo calçadista com sede no Rio Grande do Sul. À coluna, o diretor financeiro Eurico Nunes explicou que trata-se de um valor ao qual a empresa tem direito há algum tempo por um programa de incentivos que deixou de existir.
- Será a mola propulsora da reativação das unidades do Nordeste, onde se concentra a parte fabril da Paquetá. No Rio Grande do Sul, fica a sede corporativa, a área de desenvolvimento e logística - diz o executivo, contando que as fábricas estão paradas há 90 dias.
A primeira metade, R$ 8 milhões, deve ser liberada no início da próxima semana à Paquetá, e a segunda, 60 dias depois. A prioridade, diz Nunes com ênfase, será pagar a maior parte dos salários atrasados e comprar o que é preciso de matéria-prima para entregar aos clientes encomendas que estão em produção. Com a retomada da operação, a ideia é quitar o restante até o final da semana que vem.
- Compreendemos a importância de colocar a folha em dia. E é preciso colocar matéria-prima para finalizar o produto que ficou na esteira e entregar aos clientes. Manter uma operação mínima é essencial para pagar os próximos salários - acrescenta o diretor.
Dos funcionários da indústria, 70% estão em lay off, com suspensão de contrato de trabalho por cinco meses. Este é o período para a tomada de fôlego da Paquetá, que está em recuperação judicial desde 2019 e ainda tem 7 mil funcionários. Em paralelo, é conduzido o processo para venda, por leilão, da parte de varejo do grupo, que inclui as 63 lojas da Paquetá e da Gaston. O principal interessado é a Oscar Calçados, de São Paulo, que já financiou R$ 90 milhões (lance mínimo para a venda) para retomar o patamar de atividade nos pontos de venda até o resultado da disputa.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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