Após a renúncia da diretoria da Piá, a eleição para o novo comando está marcada para 19 de junho. Enquanto isso, a reestruturação é estudada para que a cooperativa de Nova Petrópolis saia da crise e não quebre. O programa Acerto de Contas, da Rádio Gaúcha, entrevistou Gerson Haas, presidente do Conselho Fiscal da Cooperativa Piá. Confira trechos abaixo e o áudio na íntegra no final da coluna.
A Piá vencerá a crise?
Vai sair dessa, sim. A comunidade está unida. A marca é de afeto muito grande para todo o Estado. Já há contatos fortes com instituições bancárias e fornecedores.
Os diretores que renunciaram tinham suas decisões questionadas há tempo. A situação não se arrastou demais?
Sim. A gestão tinha um desgaste grande nos últimos anos. A renúncia coletiva foi construída na semana anterior. O plano B seria chamar uma assembleia extraordinária para tirar a administração, mas o desgaste seria maior. Então, o próprio presidente, Jeferson Smaniotto, o vice e o secretário fizeram a renúncia.
Como estão os pagamentos das dívidas?
Foi contratada uma consultoria de São Paulo, para profissionalizar a empresa. É a Quist Investimentos. Não sabemos se ficará com o novo presidente, mas o conselho fiscal pediu que sim. Parte dos produtores foi paga, principalmente de Nova Petrópolis e região. Na região de Marau e das Missões, ainda não. Há instituições financeiras com interesse de ajudar a Piá. O Executivo municipal também já teve reuniões com elas, como o Sicredi. Há uma força conjunta para salvar a Piá, para que volte ao que era 10 ou 15 anos atrás.
A Piá pretende vender ativos?
Ela tem muitos, como apartamentos e terrenos que vieram de créditos. Está sendo feito um levantamento para que sejam vendidos. Também temos a fábrica e equipamentos. Quanto aos supermercados e às agropecuárias, há dois estudos. Um deles é para repassar a quem faça uma gestão melhor. O outro é que se consiga aporte de capital para que a Piá volte com as prateleiras cheias e a indústria trabalhando a todo vapor.
Qual é a perspectiva em relação aos funcionários?
Algum enxugamento vai ter que ocorrer, mas não acredito em muita coisa, porque já tinha sido feita uma redução de quadro. Por exemplo, se repassarmos supermercados e agros, a Piá fará o desligamento dos funcionários e a nova empresa fará a recontratação. A Piá tem 750 funcionários, sendo 500 nas lojas.
Com o atraso no pagamento dos produtores e de transportadores, muitos foram para outras empresas de leite. Como recuperá-los?
Vamos ter que pegar esses produtores de volta. Isso é algo emergencial. Já temos conversas neste sentido. As cooperativas são coirmãs. Há um bom relacionamento. A transparência e a credibilidade são pilares do cooperativismo.
Ouça a entrevista na íntegra:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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