No mesmo dia, nesta quinta-feira (30), a rede de farmácias São João vai inaugurar um centro de distribuição de mais de R$ 200 milhões, em Gravataí, e abrir a loja de número mil, que ficará no bairro Restinga, em Porto Alegre. Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, o presidente Pedro Henrique Brair antecipou a expansão em Santa Catarina e no Paraná, onde a empresa construirá dois novos empreendimentos logísticos. Leia trechos abaixo e ouça a íntegra da entrevista no final da coluna.
Como foi a decisão de construir este projeto?
É uma conquista para uma empresa de mais de 40 anos, que iniciei do zero na cidade de Campo Novo. Com muito esforço, galgamos espaços. Para chegar à loja mil, tem muitas histórias. O centro de distribuição fica a 15 minutos do aeroporto, foram mais de R$ 200 milhões. Construímos em oito meses, foi bastante ousado. Hoje, se tem mais estímulo para investir na especulação do que em empreender.
A coluna noticiou em primeira mão o empreendimento na nossa entrevista no final de 2021. Agora, há planos para novos projetos?
A administração continua em Passo Fundo. O centro de distribuição de Gravataí vem para a demanda que temos e que hoje não consegue ser atendida, abastecendo o mercado de Porto Alegre, da Região Metropolitana e do sul do Estado. Nesta semana, abriremos três lojas em Santa Catarina, também teremos e mais cinco no Paraná. Então, construiremos centros de distribuição em Santa Catarina e no Paraná nos próximos dois anos. Aliás, teremos muitos políticos destes dois Estados no evento de Gravataí.
Como foi a escolha do lugar da loja de número mil?
Será em uma rótula do bairro Restinga, o que traz destaque especial, com uma visibilidade enorme da nossa marca. Passam muitos veículos ali. Quem passa, se surpreende. Há 22 dias, tinha um terreno e uma casa. Vamos levar mais um comércio ao lado, mais emprego. Queremos oportunizar trabalho e renda. Nada é maior. Nossas lojas têm padronização, são semelhantes, nossa essência é a mesma abrindo na Restinga ou em um bairro nobre de Porto Alegre.
Muitos empresários estão com o freio de mão puxado no ambiente de incertezas, mudança no governo federal, taxa de juro elevada, inflação resistente e cenário internacional turbulento. Como isso influencia as decisões da rede?
Hoje, nós temos competitividade dentro dos próprios Estados da Federação. Há um debate sobre incentivos. Está em pauta a reforma tributária. No nosso centro de distribuição em Gravataí, nós que investimos em toda a infraestrutura, que é a compra dos imóveis, terraplanagem, drenagem, esgoto. Depois, coloca o pavilhão em cima. Investimos muito em automação, por isso que os valores são bem expressivos. Mas se eu atravessar o Rio Mampituba, for a Santa Catarina e ao Paraná, eu não terei esses investimentos. Lá, teríamos o terreno, a área e toda a infraestrutura. É sempre bom analisarmos novos investimentos, a busca dessa competitividade que tem entre os Estados. Isso é público, qualquer pessoa tem acesso. Se fôssemos nos colocar em outras regiões, não teríamos esses grandes investimentos retirados do caixa.
Em Gravataí, tem financiamento ou só recurso próprio?
Em Gravataí, 85% é de recurso próprio. Apenas 15% que buscamos junto do Finep. Uma empresa tem que crescer, gerar o lucro, porque ela reinveste todo os seus resultados. Investindo seus resultados, ela faz toda a engrenagem da economia andar. É isso que buscamos constantemente.
A rede tem planos de expansão para outros Estados além de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná?
Isso é um plano futuro. Ainda tem espaço em Santa Catarina e no Paraná. Queremos avançar mais nesses mercados, uma participação maior. Futuramente, é evidente que pretendemos adentrar em outros Estados.
Ouça a entrevista na íntegra:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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