Aos eleitos, que estão assumindo seus cargos em Brasília e aqui no Rio Grande do Sul, um pedido para que tenham um olhar mais sensível aos economicamente mais vulneráveis. O Brasil, que nunca foi um primor em igualdade social, viu o abismo aumentar na pandemia. O precário poder de compra dessas pessoas está sendo corroído pela inflação dos alimentos, que, só no último ano, é quatro vezes o índice geral da economia. São pessoas que gastam praticamente toda a sua renda para comprar comida, ficando com pouco ou nada para outros gastos, essenciais ou não.
Nos seus diversos nomes, auxílios, bolsas, assistencialismo ou distribuição de renda são importantes para uma ajuda inicial a quem não consegue erguer-se de outra forma. Mas que esses programas venham com gatilhos que façam os beneficiados evoluírem e não acomodarem-se nesta condição.
Micro e pequenos empreendedores também precisam dessa atenção diferenciada. Eles precisam ter a vida empresarial facilitada, ser capacitados para aprimorar seus negócios e também receber estímulo para crescer, o que passa pela atualização dos limites para enquadramento como microempreendedor individual (MEI). É desoneração também? É, mas é uma das que traz retorno econômico para quem precisa, desafogando o mercado de trabalho e até gerando emprego.
Aliás, o mercado de trabalho é um grande motor da recuperação econômica. Estimular criação de vagas e, mais ainda, produtividade é bom para o trabalhador e para a empresa. Isso gera renda e dá poder aquisitivo às famílias, ou seja, é mais uma forma de lidar com a inflação.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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