Decisão esperada desde o ano passado, a Volkswagen anunciou o fim da produção do Gol após 42 anos. Em 27 deles, o modelo foi campeão de vendas no Brasil. O Gol foi criado em 1980 para substituir o fusca.
Classificado como “carro de entrada”, o mais barato de cada marca, o Gol já não é tão atrativo em preço e por conta da tecnologia antiga. A produção entra em conflito com nova legislação, assim como ocorre com veículos de outras montadoras. Um exemplo é o Uno, da Fiat, que parou de ser produzido também em 2022. A lei estabelece índices menores de emissão de poluentes para novos carros produzidos no Brasil. Além disso, em 2024, todos os modelos terão de sair de fábrica com controle eletrônico de estabilidade (ESP), que aumenta a segurança em curvas ou desvios de trajetória.
Fiat Uno e Volkswagen Gol são ícones e os últimos da chamada era dos carros populares, que chegaram a responder por 70% das vendas no país. No mês passado, o Gol ficou em 21º no ranking nacional de vendas, caindo da 9ª posição do mês anterior. Antes da aposentadoria total, terá uma edição especial de mil carros chamada de Gol Last Edition.
O modelo que substituirá o Gol chamou a atenção no anúncio da Volks, assim como o seu preço. Será o Polo Track, um novo modelo que custará a partir de R$ 79,9 mil. Começa a pré-venda com preço do Gol, com previsão de chegada às lojas em janeiro de 2023. Ele será fabricado em Tatuapé (SP), onde era produzido o Gol e o Voyage. Ainda é chamado de "popular", apesar do preço e da tecnologia mais avançada.
Com os atuais preços, fica difícil chamar carros de entrada das montadoras de populares. A escassez de insumos que elevou preços piorou mais ainda a situação desde o final de 2020. Além disso, o setor diz que o cliente mudou de comportamento. Hoje, mesmo os carros zero quilômetro mais em conta já saem das montadoras com mais recursos, o que eleva preço.
- Um carro de entrada, mesmo sendo mais simples, nem se compara com os carros populares do fim do século passado e início dos anos 2000. Hoje, os veículos, por mais simples que sejam, têm componentes de ultima geração, ar-condicionado, air bag, vidro elétrico, direção hidráulica ou elétrica - comenta Paulo Siqueira, presidente do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos no Estado do Rio Grande do Sul (Sincodiv-RS).
Segundo o presidente da entidade, a preferência dos consumidores quando vão comprar carros zero quilômetro é por veículos de maior valor agregado, como SUVs. No caso de carros de entrada, a busca é maior por seminovos.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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