A densidade das reflexões sempre marcou os elogios ao trabalho do colega David Coimbra, que perdemos nesta sexta-feira. Mas eu, particularmente, ficava fascinada com o que ele escrevia sobre coisas leves, do cotidiano. A forma fluída como ele contava um "causo", encaixava em outras situações aparentemente simples, mas que nos capturavam quando contadas por ele.
Para ser simples, precisa de muita sofisticação. Eu tentava aprender isso com David. Queria escrever sobre economia assim, segurando o leitor no meu assunto, descrevendo experiências minhas e misturando com o que me contam por aí. Exatamente o que me cativava nos textos dele. Um intelectual, mas com leveza.
Além disso, ser citado nas colunas do David Coimbra deixava qualquer jornalista faceiro. Às vezes, a gente escrevia sobre um assunto que chamava a atenção dele. Aí, no outro dia, o pessoal vinha falar: "viu que tu tá na coluna do David?". E a gente corria para olhar. O assunto, afinal, tinha alçado outro patamar.
No meu caso, a vez mais engraçada foi quando ele ficou impressionado com uma coluna minha - leve no meio do pesado noticiário econômico - sobre a queda na venda de sabonete durante um inverno de frio extremo no Rio Grande do Sul. David cravou na manchete: "Escândalo: os gaúchos estão matando o banho.", mas o texto vai seguindo com outras histórias, resgates e, claro, com uma reflexão. Para ser simples ao comunicar, precisamos da sofisticação do David.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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