Empresa do setor aeronáutico que tem uma longa história já no Estado, a Aeromot deve decidir ainda neste semestre o local da construção de uma nova fábrica e montadora de aeronaves executivas no Brasil. Em conversa com a coluna, o CEO Guilherme Cunha falou que a preferência é pelo Rio Grande do Sul, mas outros três Estados já sondam a marca, oferecendo área para instalação da fábrica e também benefícios fiscais. São eles Minas Gerais, Espírito Santo e Alagoas.
— A gente tem uma conversa com o governo do Estado para trazer a fábrica para cá. Obviamente, por toda nossa tradição e conhecimento técnico da própria Aeromot, a nossa preferência é manter a estrutura do Rio Grande do Sul, isso é uma prioridade, mas ainda faltam alguns ajustes que estão sendo fechados com o governo. Também tivemos convite para levar para Minas, Espírito Santo e Alagoas, ou até mesmo para Flórida. Será uma fábrica pensando em toda a América Latina — explica Cunha.
A fábrica em questão será uma montadora da empresa Diamond, que trabalha com aeronaves executivas. Hoje, a empresa já atua no Canadá (atendendo América do Norte), na Áustria (atendendo Europa e África) e na China (atendendo a Ásia). A operação em solo brasileiro é para atender o mercado da América Latina e seria controlada pela Aeromot. Inclusive, a marca gaúcha iria usar já partes da sua atual estrutura na nova operação.
Uma das grandes questões em relação à localização é que a operação precisa estar próxima a uma pista de decolagem e pouso, para fazer os testes e também para despachar o produto após a montagem. Em 2020, quando começaram a estruturar o projeto, Canoas ofereceu uma área para instalação, mas como a pista usada seria da base aérea, a empresa julgou que a estrutura ficaria inviabilizada por não ter o controle do espaço, que é da Força Aérea Brasileira (FAB).
Hoje a Aeromot tem, no Rio Grande do Sul, 120 funcionários. Possui uma operação no hangar do Aeroporto Salgado Filho e um prédio administrativo na Avenida Sertório. Tem ainda uma filial no aeroporto de Minas Gerais e uma base de compras de insumos na Flórida. A montadora geraria entre 300 a 500 novos empregos.
— Além da questão do emprego, que é muito importante, traria também empresas satélites, conhecimento e tecnologia. A ideia é ser um polo de exportação de tecnologia e material de engenharia no setor aeronáutico — comenta o CEO.
História da Aeromot
O Grupo Aeromot surgiu em 1967 trabalhando com serviços de manutenção de aeronaves, e ficou bastante conhecido por produzir motoplanadores Ximango, que foram vendidos até para a força aérea dos Estados Unidos. No final da primeira década do século 21, a operação de indústria e de manutenção foram separadas. Em 2009, sob nova gestão, a Aeromot Aeronaves e Motores passou a focar na manutenção e distribuição de aeronaves.
— Quando adquirimos, ela era bastante focada em manutenção. Depois, trabalhamos muito nesses últimos 10 anos para agregar tecnologia e passamos a oferecer serviço de engenharia e segurança para o sistema aéreo. Fechamos contratos com muitos Estados e, por exemplo, equipamos aeronaves e helicópteros com câmeras ultravermelhas. E agora, nos últimos quatro anos, também estamos focando na venda de aeronave, tanto multimissão para governos e civis. Nós distribuímos as aeronaves e às equipamos com as necessidades de cada cliente.
Nos últimos 10 anos, já fechou projetos de engenharia área para eventos como a Copa do Mundo de 2014 e para os Jogos Olímpicos do Rio 2016. Para os próximos três anos, já tem mais 25 aeronaves para serem entregues. A demanda, diz Cunha, é grande:
— Essa categoria de aeronaves de executivos, de sete lugares, está bem procurada, por questão até de pandemia. Muitos executivos estão buscando comprar suas aeronaves e terem mais privacidade e garantia de conseguir voar, em função da restrição de voos comerciais. A demanda é bem alta, tanto é que tem dificuldade de conseguir no mercado.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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