Pela primeira vez desde que a inflação começou a disparar agora, as negociações salariais do Rio Grande do Sul fecharam o mês sem repor a alta de preços. Segundo o boletim Salariômetro, da Fipe, o reajuste mediano ficou 0,8 ponto percentual abaixo do INPC, indicador de inflação medido mensalmente pelo IBGE e usado nas negociações dos trabalhadores.
A perda para a inflação já vinha sendo registrada na média nacional. No entanto, o Rio Grande do Sul vinha conseguindo manter no zero a zero, ou seja, sem garantir ganho real nas negociações, mas, ao menos, repondo o poder de compra do piso das categorias.
A previsão é de que o INPC feche 2021 entre 10% e 11%. Aparentemente, um "aumento" desta magnitude no salário anima o trabalhador que tem direito a reajustes. No entanto, isso reflete a alta forte de preços na economia. Portanto, ele está, também, gastando mais para viver.
O cenário ocorre porque a inflação está alta, enquanto a economia ainda patina. As negociações salariais ficam mais difíceis. Além disso, o aumento de salários tende a retroalimentar a inflação, considerando que as empresas repassarão a elevação de custos aos preços dos produtos e serviços.
E, sim, a coluna sempre lembra também daqueles trabalhadores que não têm reajustes salariais. E mais, daqueles que até perderam a renda enquanto precisam equilibrar o orçamento para caber a alta dos preços.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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