O aumento da inflação e da taxa de juro Selic exige uma calibragem do investidor em relação às aplicações financeiras. A planejadora financeira Letícia Camargo respondeu dúvidas em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha. Confira duas perguntas feitas pela coluna sobre onde guardar dinheiro:
Em quais situações a pessoa deve deixar dinheiro na poupança?
A poupança não é a melhor opção hoje. Mas digamos que a pessoa está começando a guardar dinheiro hoje, não conhece muito os produtos financeiros, então, é melhor deixar na poupança do que debaixo do colchão. Por mais que a caderneta não tenha rentabilidade que reponha a inflação, é melhor um pouco do que nenhuma. Deixar no cofrinho, embaixo do colchão, parado na conta corrente... é pior do que deixar na poupança. Mas enquanto está rendendo um pouquinho lá, estuda mercado financeiro ou busca um profissional de investimento. Aos poucos, vai começando a testar outros produtos. O Tesouro Selic é uma boa opção. Mesmo com Imposto de Renda, rende mais do que a poupança. Até R$ 10 mil não tem nem a taxa de custódia da bolsa. Aos poucos, vai saindo da poupança.
Quais são as aplicações financeiras que têm como característica proteger o dinheiro do investidor da inflação, que está alta?
Os investimentos mais conservadores, como por exemplo, o Tesouro Selic ou um CDB-DI, um fundo DI, até poupança, seguem a taxa Selic. Então, quando a taxa Selic sobe (e ela se movimenta conforme a inflação), eles passam a render mais também. Então, por exemplo, a taxa Selic com 7,75%, eles passam a render um pouco mais a cada dia. Então, quando a taxa de juros sobe, é bom para esse tipo de investimento, porque vai estar mais próximo da inflação do que estava antes. O Tesouro IPCA é um título que rende a inflação e mais uma taxa de juros pré-fixada. A questão é que agora que a taxa de juros está subindo, esse investimento acaba tendo uma rentabilidade negativa se a pessoa precisar sair no meio do caminho. Então, para quem for ficar com esse investimento até o final, ele é ótimo, porque vai corrigir pela inflação e mais uma taxa pré-fixada, que hoje está acima de 5%. Então, já são mais 5%. Digamos que a inflação está em 10%, a pessoa estaria rendendo 15%, contra os 7,75% que hoje está rendendo Tesouro + Selic. Mas, se a pessoa tiver que sair no meio do caminho, ela poderá ter prejuízo. Nos últimos 12 meses, está caindo uns 10% esse tipo de investimento dos mais longos, acima de cinco anos. Então, ele é muito bom se a pessoa for ficar até o final (data do vencimento), mas pode ser complicado se a pessoa tiver que sair no meio do caminho, em uma alta de juros, e ela pode ter uma rentabilidade negativa.
Ouça a entrevista completa para a Rádio Gaúcha:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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