Já esteve pior no ano passado, mas o índice de inflação que normalmente reajusta aluguéis segue alto. O IGP-M acumula 25% nos últimos 12 meses e ainda assusta os inquilinos, que perguntam à coluna como conduzir uma negociação. O melhor sempre é buscar o dono do imóvel e/ou a imobiliária antes de receber o boleto com o valor mais alto. Tire o contrato da gaveta e veja qual o índice que é aplicado para o reajuste anual. Se estiver lá que é o IGP-M, prepare-se.
Durante o auge da pandemia e especialmente para aluguéis comerciais, além de não aplicar reajustes, muitos donos de imóveis até deram descontos. Mas agora, os aumentos voltam com força. Uma alternativa é apresentar documentos que mostrem o impacto da crise na renda ou, se não houver esse reflexo, mostre qual foi o aumento do rendimento familiar para que o reajuste do aluguel seja semelhante.
A troca de índices de reajuste é importante e tem ocorrido cada vez com mais frequência. O IGP-M tem sido muito influenciado pelo câmbio e pelos preços das commodities, o que não costuma se refletir no custo do dono do imóvel. Portanto, não haveria justificativa para repasse disso ao inquilino na intensidade da alta que o indicador tem apresentado. O mais comum tem sido substituir o IGP-M do contrato pelo IPCA, que está em torno de 10%. É alto ainda, mas bem menos do que o outro. Formalize a troca do indicador por meio de contrato. Se possível, tente que a opção pelo IPCA seja fixa. Ele é bem menos "intenso" do que o IGP-M.
Se não conseguir renegociar, pode tentar via ação judicial, mas sem garantia de que haverá uma decisão favorável para mudança do contrato original. A última saída é deixar o imóvel. Parece ruim, mas muitos têm feito isso. Os preços dos imóveis anunciados para alugar têm caído desde o ano passado.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) Leia aqui outras notícias da colunista
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