O aumento no transporte por aplicativo foi uma das principais pressões sobre a inflação de agosto calculada pelo IBGE. Na média nacional, a alta média foi de 3,06%. Aqui na região metropolitana de Porto Alegre, houve uma elevação de 7,76%. Para um mês, é um reajuste alto. No entanto, no acumulado de 2021, a queda no preço das corridas é superior a 24%.
O setor de transporte por aplicativo sentiu um forte impacto da pandemia, que derrubou o número de passageiros. Agora, a demanda voltou a subir conforme aumenta a mobilidade de pessoas com a retirada das restrições às atividades e com o avanço da vacinação. Isso já tem provocado aumento de tarifas em horários de pico e redução de descontos, o que aparece na pesquisa de preços.
Porém, o maior custo do segmento disparou: os combustíveis. A gasolina sobe forte desde que o petróleo voltou a avançar no mercado internacional no início do ano, sem que o dólar desse um refresco, e com a pressão de alta do etanol que entra na mistura. Outro combustível usado pelos motoristas e por taxistas é o gás natural veicular (GNV), que também é influenciado por petróleo e câmbio, acumulando aumento de dois dígitos no ano.
O transporte por aplicativo passou a entrar no cálculo da inflação oficial em 2020, quando o IBGE fez a revisão da metodologia. Ela reflete o comportamento de consumo médio do brasileiro. E entrou já tendo maior peso no cálculo do que o transporte coletivo.
À noite passada, os aplicativos de transportes Uber e 99 anunciaram aumento no valor das corridas que é repassado a motoristas. O reajuste ocorre neste cenário de alta nos preços dos combustíveis, o que gerou grandes reclamações dos profissionais. A Uber informou que não haverá aumento para o passageiro, mas, sim, para motoristas da região de São Paulo. Na 99, as tarifas serão reajustadas entre 10% e 25% em 20 regiões metropolitanas do país.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe:
Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
Francine Silva (francine.silva@rdgaucha.com.br)
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