Tem uma janela de oportunidade para compra de imóveis que pode estar se fechando. Dois pontos deixarão a aquisição mais cara ao consumidor que financia a compra da casa própria. Um deles é o aumento nos preços dos materiais de construção, que continua, apesar de estar reduzindo a intensidade. No ano passado, essa elevação foi compensada pela queda no juro do financiamento imobiliário, mas agora ele passou a subir.
O Banco Central vem elevando a taxa de juro Selic nos últimos meses. Como ela é referência na economia, até que demorou um pouco para chegar aos financiamentos de imóveis, mas os bancos começaram a elevar suas taxas de 0,2 a 1 ponto percentual. Na semana passada, a Selic passou para 5,25% e o Comitê de Política Monetária (Copom) apontou para novos aumentos. Itaú, Santander, Banco do Brasil e Bradesco reajustaram taxas. Líder na concessão de financiamentos imobiliários no país, a Caixa Econômica Federal não aumentou ainda e vem dizendo que não o fará.
Em geral, os bancos oferecem financiamentos com taxas de juro que partem de 6,55% ao ano mais a TR (taxa referencial), que está zerada. Há ainda outras modalidades, que são corrigidas pela inflação ou pela poupança (que está vinculada à Selic). Ao consumidor, a dica é optar pela que se assemelha ao aumento da renda familiar.
Para conseguir a taxa mínima, o cliente costuma precisar ter um bom relacionamento com o banco e histórico de pagamentos. O valor do imóvel também influencia bastante. Apesar de ser um momento indicado para comprar o imóvel, não o faça sem planejamento. Não adianta aproveitar um juro menor, mas não ter condições de pagar a prestação, ficando inadimplente. A pesquisa disciplinada e a negociação também podem levar a boas oportunidades de negócios, com descontos que compensam um eventual aumento do juro. Uma eventual queda na demanda também pode ter um efeito de redução de preços.
Aliás, mesmo com a taxa subindo, perceba que o financiamento imobiliário tem um dos juros mais baixos do mercado, ficando pouco acima da Selic. Não chega nem perto das demais linhas de crédito aos consumidores. Gira em 7% ao ano em um mercado com um juro médio de rotativo do cartão de crédito perto de 300%. Claro que, por ser um empréstimo de longo prazo, qualquer alteração de taxa tem um efeito grande em cascata no final das contas.
Portabilidade
A dica da portabilidade segue valendo, buscando em outras instituição financeira propostas melhores para a sua dívida. No último levantamento do Banco Central, 493 mil brasileiros pagavam financiamento imobiliário com juros acima da média do mercado.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe:
Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
Francine Silva (francine.silva@rdgaucha.com.br)
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