A inflação para o consumidor de Porto Alegre teve um avanço forte em maio. Passou para 1,09%, frente a 0,25% do Índice de Preços ao Consumidor (IPC-S) registrado em abril. O monitoramento semanal de preços é feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). No acumulado de 12 meses, o indicador já fica em 8,65%, que é alto.
A principal pressão veio do aumento de despesas dos grupos Transporte e Habitação. Considerando os itens, as influências mais fortes de alta da inflação foram da gasolina e da conta de luz. Em terceiro lugar, aparece o gás de cozinha.
No caso da gasolina, a pressão de alta veio do etanol anidro. O atraso da safra de cana de açúcar reduziu a oferta do produto que é misturado obrigatoriamente à gasolina. Uma melhora deve ocorrer a partir da segunda metade de junho. Não tem ocorrido alteração nos preços dos combustíveis na refinaria, onde a Petrobras define valores. O petróleo está em alta no mercado internacional com a retomada de consumo em grandes economias, mas o dólar perde força em relação ao real. Em especial, com as altas de juro pelo Banco Central e, na última semana, com o resultado do PIB do primeiro trimestre vindo melhor do que o esperado.
Já a conta de luz subiu porque a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) determinou bandeira vermelha patamar 1 no mês. E vai aumentar mais, já que junho subirá para patamar 2, a cobrança extra mais cara ao consumidor. O motivo é o baixo nível dos reservatórios com o pior regime de chuvas em 91 anos no país, o que exige uma geração de energia mais cara e a importação também. Há o receio, inclusive, de racionamento, o que pode ser uma trava para a retomada da economia.
A inflação só não avançou mais porque houve queda de itens como passagem aérea e banana.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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