A exportação de calçados fabricados no Rio Grande do Sul teve comportamentos diferentes em março. Na comparação com o mesmo mês de 2020, quando começou a pandemia, o número de pares embarcados aumentou 17,5%, enquanto que o faturamento dessa venda caiu 7,8% em dólares. Foram 2,86 milhões de pares, com receita somada de US$ 30 milhões.
Os dados são da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). A entidade destaca o aumento de 35% em volume exportado para os Estados Unidos, mas o faturamento foi 2,8% menor. O país segue como principal destino. Argentina vem em segundo e comprou 14,1% mais pares e pagou 18,1% mais. A Bolívia ficou como terceiro principal destino, com aumento de 252% em volume e alta de 94% em receita.
A coluna está curiosa para saber que tipo de calçados gaúchos os bolivianos estão comprando. E também o motivo da diferença de comportamentos entre faturamento e volume dos embarques.
Atualização: Após a publicação da coluna, a Abicalçados enviou uma nota explicando que o crescimento se deve à base baixa de comparação. Em março de 2020, os embarques para a Bolívia tinha caído mais de 70%. Apesar dos crescimentos de agora, a venda para o país ainda está bem abaixo de 2019. Também está caindo o preço médio do par comprado das fábricas gaúchas:
"Além disso, há um descompasso entre o crescimento em dólares e pares, caracterizando uma queda expressiva do preço médio, medido em dólar (-22,9% no trimestre), do calçado exportado ao país. O movimento é atribuído, em essência, à desvalorização cambial (-22,8% no trimestre, ante o mesmo período de 2020)."
O maior crescimento acontece em calçados de material sintético (+66%) e de material têxtil (+30%), principalmente esportivos.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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