Quatro clínicas do Rio Grande do Sul integram a Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (Abcvac), que está negociando com a farmacêutica indiana Bharat Biotech a aquisição de doses de um imunizante contra o coronavírus. A Covaxin obteve no sábado (2) recomendação de uso emergencial na Índia, mas os dados sobre a eficácia do produto ainda são desconhecidos. A negociação com a entidade brasileira também está em fase preliminar e ainda depende da aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A ideia é obter 5 milhões de doses entre março e abril, em uma previsão otimista. Uma comitiva deve chegar ainda nesta segunda-feira (4) à Índia para as negociações.
Enquanto isso, as clínicas gaúchas associadas à entidade são: Multivacinas, de Porto Alegre, Cia da Vacina VCerta, de Marau, Imunijuí Clinica de Vacinas, de Ijuí, e Oficina de Vacinas, de Passo Fundo. A coluna conversou com Sandro Ostrowski, proprietário da Multivacinas, que também tem filial em Gravataí. Ele fez, inclusive, parte do grupo que criou a Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (Abcvac) há alguns anos atrás.
- Nossa ideia era exatamente essa, que a entidade nos representasse, principalmente, em questões comerciais como essa - contou ele.
Ostrowski volta a destacar que ainda não há garantia alguma de vacina por enquanto e que a negociação está no início. Mas informou que todas as clínicas associadas foram consultadas pela associação sobre a quantidade de vacinas que gostariam. Questionado sobre o pedido da Multivacinas, informou que o dado é sigiloso. Enquanto isso, afirma que os clientes já ligam com bastante frequência em busca de informações:
- Os clientes ligam direto, querem fazer lista de espera já pela vacina. No entanto, não sabemos quantidade e nem preços, o que precisamos ter ao menos uma ideia para começar a organizar como funcionará - diz ele.
Após clínicas particulares abrirem negociação com um laboratório indiano de vacinas, o Ministério da Saúde informou nesta segunda-feira (4) que a rede privada também deve seguir a ordem de vacinação de grupos prioritários prevista no plano nacional de imunização. Desta forma, mesmo que possam vender o produto, as clínicas deverão oferecer primeiro a idosos e profissionais.
Em nota, o ministério também afirma que a vacinação no Brasil começará pela rede pública do Sistema Único de Saúde (SUS). No cenário mais otimista, o governo federal quer começar a campanha em 20 de janeiro.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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