Produto de peso na inflação pessoal de muitos leitores, o preço da cerveja virou assunto até do relatório do Credit Suisse, banco de investimento com sede na Suíça. A instituição monitora o comportamento das fabricantes mundiais de bebidas e avisou que haverá um aumento de 5% em setembro. O documento cita produtos das empresas Ambev e Petrópolis, que seguiriam elevação já feita pela Heineken. O repasse disso ao consumidor ainda depende de decisões de distribuidores e do comércio.
Alguns motivos são apontados pelo movimento. Um deles é o impacto do câmbio, que já está se refletindo em vários alimentos. O dólar em alta deixa mais caros os insumos importados, como malte e materiais para embalagens. Há ainda o aumento no preço das latinhas de alumínio, seja por cotações internacionais ou mesmo por falta do produto. Fábricas reduziram e até pararam produção no início da pandemia, enquanto agora tem aumento forte da demanda, inclusive como materiais de construção.
E tem a demanda. O consumo de bebidas alcoólicas em casa até cresceu na pandemia, mas caiu nos bares e restaurantes, que ficaram um bom tempo fechados. A reabertura elevará o consumo e isso abre espaço para repasse no aumento de preços. Até porque 5% parece pouco, mas é mais do que o dobro da inflação dos últimos 12 meses.
Um ponto curioso do relatório do Credit Suisse é que o volume de garrafas de vidro retornáveis está baixo nos estoques, o que sinaliza retomada lenta do comércio. Isso eleva ainda mais a procura por latas de alumínio e o banco chega a falar em falta para abastecimento das fábricas.
“A falta de latas de alumínio no mercado se tornou um risco para a oferta de cerveja daqui em diante”, destacou a analista Marcella Recchia no relatório enviado pelo Credit Suisse aos clientes.
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Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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