Uma das maiores empresas do Brasil, com atuação mundial, a Seara, do Grupo JBS, tem aumentado sua produção durante a pandemia do coronavírus e, consequentemente, aberto oportunidades de trabalho em seus frigoríficos no Rio Grande do Sul. A empresa procurou a coluna para contar as novidades e, para falar sobre o assunto, o programa Acerto de Contas (domingo, às 6h, na Rádio Gaúcha) conversou com Fernando Meller, diretor de Recursos Humanos da empresa. Entre os destaques, estão os R$ 14 milhões que a companhia aplicou no Rio Grande do Sul para adaptar a operação à pandemia, os 400 empregos que estão abertos e os R$ 500 milhões previstos para os próximos dois anos nas unidades gaúchas. Confira:
Qual a estrutura da empresa hoje aqui no Rio Grande do Sul?
A Seara tem nove unidades de produção e o nosso negócio de couros tem uma. Ao todo, temos mais de 14 mil funcionários trabalhando no Rio Grande do Sul e mais 3 mil integrados, que são parceiros de negócios nas criações das aves e dos suínos. E temos, também, mais 10 mil terceirizados, que trabalham diariamente conosco nas nossas unidades.
Essa produção, que é muito grande no Rio Grande do Sul, fica no mercado interno ou é para exportação?
As nossas produções atendem os dois mercados. Elas têm uma importância muito grande do mercado interno, tanto de aves como suínos e também produtos industrializados, e algumas plantas atendem também exportação. E aí, temos habilitações para o mundo inteiro.
Quanto vocês fizeram de investimentos para colocar procedimento de segurança para manter as operações agora durante a pandemia? E quais são os procedimentos?
Nós começamos o nosso trabalho [de prevenção] em janeiro deste ano, porque temos unidades na China. Temos escritório comercial lá e, quando começou o conhecimento de coronavírus, iniciamos nossas atividades pela proteção dos nossos profissionais que ficam na China. De lá para cá, tivemos a oportunidade de acompanhar a evolução da covid-19 passando pela Europa, Estados Unidos e, quando chegou ao Brasil, nós já estávamos, de alguma forma, preparados no enfrentamento da covid-19. No início do mês de março, afastamos as pessoas dos grupos de risco. Também nos preparamos com a contratação de profissionais de saúde para as nossas unidades, pois sabíamos da dificuldade tanto no atendimento aos nossos funcionários como ao público. Portanto, precisaríamos reforçar nossas equipes médicas nas unidades. Instalamos ambulatórios especiais para atendimento de pessoas com suspeitas de covid-19 e duplicamos a frota de ônibus para garantir distanciamento. Compramos equipamentos de proteção individual em grande escala. Nós somos uma empresa que no Brasil possui 125 mil funcionários. Então, tudo é "superlativo". Portanto, uma compra de EPIs (equipamentos de proteção individual) envolve milhões de itens. Construímos restaurantes que chamamos de campanha, para ampliação das áreas compartilhadas, criamos novos vestiários, novas salas de pausas. Tivemos que desabilitar nossas áreas de lazer com compartilhamento de materiais e equipamentos e Instalamos barreiras sanitárias adicionais. E, para isso, nós investimentos, somente no Rio Grande do Sul, mais de R$ 14 milhões, considerando só os últimos 90 dias. E esse valor não para. Ainda aumentamos o nosso quadro de funcionários no Rio Grande do Sul em mais de 3 mil pessoas.
E ainda há vagas de emprego abertas?
Temos vagas abertas em todas as nossas unidades. No Rio Grande do Sul, são 400 oportunidades disponíveis agora. Em função da nossa rotatividade, que é natural, esse número também oscila. Mas, hoje, estamos buscando mão de obra no Rio Grande do Sul.
São vagas operacionais?
Temos vagas de nível operacional e médio. Neste momento, nós contratamos mais para as vagas operacionais, mas, evidentemente, precisamos formar mão de obra. Então, também temos vagas para nível médio.
Onde as pessoas podem se informar e cadastrar o currículo?
Temos uma divulgação muito ampla nas nossas unidades. Então, usamos serviços de rádio, jornal local, carros de som. Contratamos algumas agências e também temos o canal pelo nosso site. As pessoas podem procurar diretamente nas nossas unidades ou pela internet.
Alguma unidade de vocês aqui no Rio Grande do Sul neste momento está com restrição por conta de decisão judicial?
Neste momento, estamos operando normalmente em 100% das nossas unidades. Nós tivemos, ao longo desse período de pandemia, algumas restrições. Todas elas já foram sanadas e, hoje, estamos com nossa operação normalizada.
E quais são os próximos passos?
Nós esperamos ansiosamente uma solução para a pandemia. Estamos vendo o avanço de várias vacinas no mundo e esperançosos de que algumas delas possam rapidamente ir para o mercado. Sabemos que a logística global pode ser um desafio, mas, no momento em que nós começarmos a imunizar a população em qualquer lugar do mundo, viveremos um novo momento. A JBS é uma empresa que vem crescendo no Brasil e também no Rio Grande do Sul. Antes da pandemia, estivemos com o governador discutindo investimentos no Estado, que é muito importante para nós. Estamos esperando ansiosamente para que esse momento crítico, onde o mais importante é a proteção dos nossos funcionários e dos familiares deles, passe, para retomarmos o nosso plano de crescimento. O Rio Grande do Sul é parceiro de longa data e importante na cadeia de produção de animais. Espero que, a partir do ano que vem, possamos retomar o nosso crescimento (e os planos de investimento para o Estado).
Qual o planejamento de expansão aqui para o Estado?
Temos uma proposta de investimento em ampliação da produção de várias unidades. Eu vou pedir que a nossa área de comunicação depois passe detalhadamente o que foi apresentado.
A equipe informou à coluna depois que serão investidos R$ 500 milhões nos próximos dois anos no Rio Grande do Sul. O dinheiro será usado para reformar e ampliar as unidades produtivas, mas a JBS ainda não divulga quais. A quantia faz parte dos R$ 8 bilhões que a companhia investirá no país até 2025.
Ouça mais no programa Acerto de Contas (domingos, às 6h, na Rádio Gaúcha):
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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