Porto Alegre vinha com deflação desde o início da pandemia do coronavírus, mas a gasolina começou a subir e a Capital voltou a registrar inflação. Segundo o Índice de Preços ao Consumidor de Porto Alegre, calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o indicador só não subiu mais porque está sendo "segurado" pelos descontos das mensalidades escolares. Não é uma variação normal de preços nesta época do ano, já que o reajuste tradicional ocorre sempre no início do ano letivo. No entanto, a suspensão das aulas presenciais e o impacto na renda das famílias levaram escolares privadas a dar descontos.
Nem todas, claro. Algumas argumentam que os custos continuam ou até que aumentaram, com compras e contratações para preparar as escolas no caso de uma volta às aulas. O descontos aparecem na pesquisa da FGV desde abril, contemplando creches, educação infantil pré-escolar, ensino fundamental, médio, superior e até pós-graduação. Educação infantil têm reduções mais fortes. Os percentuais médios variam de 0,91% a 8,71%, dependendo do mês e do tipo de curso. Lembrando que a pesquisa considera também instituições que não aplicaram redução.
- Mas é algo atípico. A partir do momento em que as aulas voltarem, os valores devem ser repostos e teremos um aumento, com um consequente impacto também na inflação - explica André Braz, coordenador nacional da pesquisa de preços da FGV.
Levantamento da coluna com escolas de Porto Alegre encontrou descontos de 5% a 35%. Assim como a pesquisa da FGV, as maiores reduções são feitas para alunos de educação infantil. Relembre: Veja os percentuais de desconto nas mensalidades de escolas particulares de Porto Alegre
A coluna também já tratou do assunto no programa Seu Dinheiro Vale Mais, no Instagram de GaúchaZH, confira:
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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