No Dia da Consciência Negra, a coluna Acerto de Contas buscou dados atualizados do Dieese sobre como está a situação no mercado de trabalho para a população negra e parda. Quando falamos nisso, muitos costumam dizer que não percebem preconceito no ambiente de trabalho. No entanto, a desigualdade é mais sutil do que atitudes racistas. E ela aparece bem nos números abaixo.
Além de a taxa de desemprego ser muito maior entre negros do que entre brancos e amarelos, a diferença de rendimento é ainda mais gritante. A remuneração chega a ser 50% menor para os negros e pardos. Sem contar que as mulheres ganham menos ainda.
Até mesmo um dado que sinaliza um certo equilíbrio mostra a desigualdade se analisado mais profundamente. É a representatividade de 18% dos negros entre os trabalhadores, já que eles são pouco mais de 19% da população. Só que essa participação deles cai para 9% quando são consideradas pessoas ocupadas com Ensino Superior. Despenca ainda mais ao serem analisados apenas postos de trabalho que exigem formação específica.
Veja detalhes do estudo, que usa dados do IBGE do segundo trimetre de 2019:
Taxa de desemprego:
Entre negros 12,4%
Não negros 7,3%
Rendimento médio/hora:
Homens negros: R$ 11,50
Homens não negros: R$ 17,23
Mulheres negras: R$ 10,30
Mulheres não negras: R$ 15,26
Negros representam:
18% do total de ocupados
9% dos ocupados com Ensino Superior
6% dos ocupados com Ensino Superior em vagas que exigem formação
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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