O preço da gasolina está caindo nos postos do Rio Grande do Sul há 15 semanas. O preço encontrado na última pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, R$ 4,313, é o menor desde dezembro de 2017. A queda do preço do petróleo no mercado internacional e do dólar contribuem para isso, já que são os fatores que influenciam os ajustes pela Petrobras.
Mas será que o preço ao consumidor continuará caindo? A Petrobras voltou a aumentar o preço na refinaria nesta terça-feira (05). No entanto, caiu na última sexta-feira (01) o valor de pauta usado para recolhimento do ICMS nas distribuidoras do Rio Grande do Sul, um ajuste que ainda deve ser repassado.
A coluna Acerto de Contas conversou com especialistas sobre a tendência. Economista da gestora de fundos Quantitas, João Fernandes monitora os preços da gasolina no golfo dos Estados Unidos para projetar os repasses da Petrobras, que têm seguido a mesma tendência com certa desfasagem apenas.
— Pelos gráficos de preços, o efeito ao consumidor deve ser observado ao longo de fevereiro e, em menor grau, em março. No curto prazo, após essas reduções na refinaria, voltamos a ter preços internos e externos em patamares próximos. Se o petróleo e o dólar permanecerem estáveis, o preço na refinaria também pode ficar relativamente estável.
A situação da Venezuela pressiona o preço do petróleo para cima?
— Pressiona quando pensamos nos efeitos sobre a oferta de petróleo a nível mundial. Os desequilíbrios na Venezuela têm potencial de reduzir sua produção, o que representaria oferta menor e, logo, pressão altista sobre os preços. Contudo, não podemos descartar uma reação por parte da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) para ajuste na oferta, compensando efeitos e evitando choques indesejados sobre a cotação internacional. Não vejo hoje a Venezuela como um grande fator de risco quando pensamos neste mercado. Acompanhar a situação produtiva nos países árabes, por exemplo, é mais relevante - conclui João Fernandes.
Sócio-diretor da Maxiquim e especialista em petroquímica, João Luiz Zuñeda aposta em estabilidade nos próximos meses, ou seja, parar a queda de preço.
— Acho que a Petrobras até passou do limite dela porque já parou de cair o preço da gasolina nos Estados Unidos e do petróleo no mundo. A redução no mercado norte-americano foi mais intensa lá em novembro de 2018.
O diretor lembra que o preço da gasolina nos Estados Unidos acompanha o do petróleo, além do consumo naquele país.
— Os norte-americanos estão no inverno e consomem menos gasolina, além disso não estamos em tempos de picos de preço do petróleo no mercado mundial.
Além da Petrobras, o preço no Brasil também tem influência do álcool combustível que é adicionado na gasolina. Zuñeda observa que o etanol segue caindo nas usinas.
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