O último ranking GPTW de Melhores Empresas para Trabalhar no Brasil identificou que, das 150 companhias com melhor colocação, 81% têm alguém responsável por combater a discriminação e promover a diversidade. A prática de ter grupos de afinidades nas corporações começou em multinacionais nos Estados Unidos ainda nos anos 1960. A questão evoluiu com o passar do tempo para grupos de mulheres, LGBTs, étnicos, entre outros.
Reponsável pelo Pride no Grupo RBS, Felipe Nogs afirma que a prática virou questão de sobrevivência das empresas. É um caminho sem volta. Mas como começar este trabalho na sua empresa?
- Dois movimentos precisam ser alinhados e acontecer ao mesmo tempo. Primeiro, de baixo pra cima, ou seja, funcionários que se interessam sobre esse assunto e criam ações para atuarem dentro da empresa. Por outro lado, existe o movimento de líderes tornarem esses movimentos um compromisso da empresa - explica.
Colegas com interesses semelhantes devem se unir. No caso de um grupo como o Pride, busque colegas LGBT. Pode ser em um grupo do WhatsApp mesmo. Faça reuniões constantes para discutir problemas, com foco em resolução. Convide "aliados" para fazerem parte da iniciativa, pois são fundamentais no processo.
- O grupo cria um ambiente de apoio e acolhimento. Você pode trazer dúvidas e compartilhar situações negativas. Percebe-se, assim, que não é o único a passar por isso. As pessoas, às vezes, não encontram lugar seguro dentro da sua própria casa e precisam buscar em outros ambientes. Daqui a pouco, talvez a empresa seja o único do lugar em que a pessoa se sente segura - destaca Nogs.
Segundo pesquisa do site vagas.com, para 62% dos profissionais de Recursos Humanos, suas empresas não estão preparadas para lidar com a diversidade. Outros 25% acreditam que as companhias não estão aptas a tratar do tema. Só 10% afirmam que suas corporações estão prontas para essa questão.
— Até 2016, diversidade e inclusão eram uma opção. As empresas optavam se queriam ou não tratar desses temas. Em 2020, porém, existe uma projeção que serão temas de sobrevivência das empresas: ou elas trabalham isso ou elas vão perder talentos e rendimento — observa.
Relatório da PwC mostra que 29% das empresas entrevistadas têm programas especificamente voltados para a retenção de talentos LGBT.