Finanças e segurança foram temas da apresentação do balanço do Banrisul do segundo trimestre de 2018. O resultado veio dentro do esperado pelo mercado, informa Wagner Salaverry, sócio da gestora de fundos Quantitas. Os analistas chamam a atenção, no entanto, para algumas revisões no "guidance", que mostra as perspectivas para o negócio.
O lucro líquido do banco subiu 60% no primeiro semestre na comparação com o ano passado, atingindo R$ 505,9 milhões. A rede Vero respondeu por 25% deste valor. No segundo trimestre, o lucro foi de R$ 262 milhões, um avanço de 15,6%.
No entanto, chamou a atenção a revisão feita no "guidance" da carteira de crédito para pessoa jurídica. A projeção passou de crescimento (entre 5% e 9%) para queda (entre -5% e -1%).
- Não estão ocorrendo novos empreendimentos. Empresários não desengavetaram projetos e o dinheiro fica no BNDES. Temos uma posição confortável de liquidez para quando a economia voltar a crescer e as empresas buscarem crédito - detalhou o presidente do Banrisul, Luiz Gonzaga Veras Mota.
Banrisul Cartões
A abertura de capital da subsidiária Banrisul Cartões segue suspensa aguardando "uma janela" do mercado. Ou seja, o IPO será retomado somente após as eleições, reafirmou a direção do banco.
Clientes
Uma curiosidade. Segundo o presidente do Banrisul, 12% dos clientes ainda gostam de ir até a agência bancária e conversar com o funcionário.
- O funcionário vira amigo e terapeuta do cliente. Somos comércio e temos de estar preparados para isso - comentou Luiz Mota.
Insegurança
O executivo foi questionado sobre os assaltos. Nessa madrugada, duas agências foram atacadas. Respondeu com uma pitada de humor negro:
- Ah, os assaltos estão em franca expansão.
Acrescentou que não há seguro bancário. Então, entra como prejuízo para o banco. O Banrisul tem adotado cortinas de névoa, de aço e passará a disparar tinta nas cédulas.
- Diferente de um banco comercial, não sairemos das cidades porque temos um compromisso com a comunidade - disse Mota.
Balanço do repórter Jocimar Farina, da Rádio Gaúcha, mostra que foram 111 ataques a bancos no Rio Grande do Sul em 2018. Destes, 40% foram a agências do Banrisul.
