A indústria brasileira sentiu com força a greve dos caminhoneiros em maio. O tombo na produção já era esperado e foi confirmado no dado do IBGE divulgado nesta quarta-feira (04).
As fábricas produziram 10,9% menos em maio na comparação com abril. Em relação a maio do ano passado, o recuo foi de 6,6%.
Durante a greve, as empresas tiveram dificuldades de receber insumos e de escoar a produção. Várias paralisaram as atividades e até dispensaram funcionários.
A queda de maio foi a maior registrada pelo IBGE desde dezembro de 2008. Lembrando que aquele ano teve a crise financeira mundial, quando houve a quebra do banco Lehman Brothers, nos Estados Unidos.
"O resultado, que colocou a indústria em patamares próximos aos registrados no final de 2003, refletiu o comportamento negativo das quatro grandes categorias econômicas e de 24 dos 26 ramos investigados, que não tinham tantas baixas desde fevereiro de 2002." - analisa o IBGE.
As duas únicas atividades com crescimento em maio foram os ramos de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (6,3%) e de indústrias extrativas (2,3%). São dois segmentos que dependem menos das rodovias.
Nos próximos dias, o IBGE divulga o desempenho do varejo e do setor de serviços. Certamente, também trarão impactos da greve. Pesquisa feita pela Linx apontou, por exemplo, forte redução no movimento dos shoppings da Região Sul ao longo da paralisação.
Os dados de junho ainda são uma incógnita. Ainda haverá algum impacto, mas muitas empresas estão trabalhando até aos finais de semana para retomar produção. Nem tudo, no entanto, fica represado. Há vendas que foram perdidas.