O reajuste da tarifa de energia elétrica da CEEE será publicado nesta quinta-feira no Diário Oficial da União. A informação é da Agência Nacional de Energia Elétrica. O percentual foi aprovado pela Aneel nessa terça-feira, mas a agência afirma que só entra em vigor quando ocorrer a publicação.
O aumento tinha sido suspenso devido à inadimplência da distribuidora gaúcha, que não pagou encargos setoriais. Ocorreu a negociação e a Aneel entendeu que o reajuste pode ser aplicado.
O aumento varia de 29,29% a 33,54%, dependendo do tipo de consumidor. O tamanho do percentual causa polêmica. A CEEE avisa que está convidando a imprensa e entidades, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RS) e Procon, para uma reunião nesta quinta-feira para detalhar o cálculo.
Em janeiro, ainda no blog Acerto de Contas, a coluna antecipou a intensidade dos reajustes para 2017: Aumento da energia elétrica pode superar 25% no Rio Grande do Sul em 2017
O ranking nacional de tarifas ainda não foi atualizado com o valor novo da CEEE. O valor atual é R$ 0,39 por KWh, o segundo mais baixo do Rio Grande do Sul. Segundo a Aneel, passará para R$ 0,50 com o reajuste. A média nacional é R$ 0,49.
Impacto
Vice-presidente da rede Peruzzo de supermercados, Lindonor Peruzzo Junior avisa que este custo retrai investimentos e leva ao corte de outras despesaas. Em mensagem para a coluna, contou que a conta de luz gira em torno de 1,6% da receita líquida.
— Este aumento significará um incremento para 2%, o que há 5 anos era de 1,1%. Não dá para assistirmos passivamente - diz o empresário.
Dono da Superpan, Arildo Bennech Oliveira também reclamou do aumento da conta de luz. O consumo de luz por padarias é grande, até porque os fornos deixaram de usar lenha há duas décadas, conta o empresário. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, chegou a projetar aumento de 3% a 5% no preço do pão francês, o conhecido cacetinho. Claro que o percentual depende de que forma cada empresa fará os repasses e ajuste de contas.
Outro empresário que usa muita energia elétrica é Ederson Krummenauer, diretor comercial do Grupo Frumar. Segundo ele, o gasto chega a R$ 1 milhão ao ano. Antecipa que este custo será repassado já na próxima quinzena.
Presidente da Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo, Vilson Noer avisa que clientes sentirão mais calor em casa e nas lojas.
- Farão economia desligando o ar condicionado. Mais ainda em shopping center nos modelos antigos. Fora que é horrível planejar um negócio no Brasil - acredita o empresário.