Primeiros a sentirem a crise econômica, a construção civil e o setor imobiliário como um todo ainda patinam na retomada. Os indicadores oscilam.
Após alguns meses criando empregos, a construção cortou centenas de postos de trabalho com carteira assinada em outubro no Rio Grande do Sul. Diretor da Alphaplan, Tiago Dias também revisou a sua projeção para lançamentos imobiliários em Porto Alegre ainda em 2017, de R$ 1,5 bilhão para R$ 1 bilhão.
— Apesar da variação não ser grande, houve uma certa postergação de lançamentos deste ano para 2018, em razão de burocracia de aprovações e também por espera de um mercado melhor no próxima ano — explica Dias.
Apesar disso, a expectativa com o comportamento dos preços dos imóveis é de elevação. Isso apareceu no Raio-X FipeZap do 3º trimestre de 2017.
Preços de imóveis são difíceis de prever, mesmo a média. Individualmente, são muito influenciados para urgência ou não, tanto do lado do comprador quanto do vendedor. Sem falar sobre ter ou não dinheiro na mão.
A pesquisa mostra queda na proporção das transações de compra e venda com desconto, que passou do pico de 75,1%, em junho de 2016, para 70,6% do total, em setembro de 2017.
Acompanhando essa tendência, o percentual médio de desconto declinou de 9,3% para 7,8% no mesmo período de análise. Fipe lembra que o resultado deve ser contextualizado com o comportamento de queda real dos preços dos imóveis anunciados, como tem mostrado o Índice FipeZap.
Em termos de percepção de preço, o percentual de compradores com pretensão de adquirir imóveis nos próximos três meses que classificavam os preços atuais como "altos" ou "muito altos" manteve trajetória de ligeira queda. Entre aqueles que compraram imóveis recentemente, a proporção de compradores que partilhava dessa opinião manteve-se em torno de 46% do total.
A participação dos investidores no total de compradores apresentou ligeira queda, recuando de 42%, em junho, para 40% em setembro. O comportamento pode ser explicado pela queda no percentual de investidores com interesse em revenda do imóvel, analisa a Fipe.
Finalmente, com relação às expectativas sobre a evolução do preço dos imóveis, a proporção dos que esperam queda nos preços nos próximos 12 meses caiu de forma expressiva. Passou de 29% para 22% no último trimestre. Já os que esperam aumento nos preços oscilou de 14% para 18%.