Medidas do governo chinês de mandar para fora do país fábricas poluentes já têm alguns reflexos no Brasil. Um deles é a derrubada da produção do ácido fluorídrico, que compõe a produção dos chamados HFCs. A fluorita, mineral usado na fabricação, atingiu o maior preço dos últimos quatro anos.
— A medida se refletiu no nosso mercado e a expectativa era de se reestabelecer em setembro. Porém, a projeção não se confirmou e deve atingir toda a cadeia e pesar no bolso dos consumidores, pelos serviços de manutenção e até mesmo em produtos refrigerados — alerta o CEO da RLX, Ramon Lumertz.
Segundo o diretor financeiro da Associação Sul Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Aquecimento e Ventilação, é comum no verão ter aumento de preço nos fluidos refrigerantes, impacto que é ampliado pela medida tomada na China. Mesmo que os fabricantes não desrespeitem as normas do governo, não há a mesma garantia para os fornecedors deles, explica Adão Weber Lumertz.
— Não deve faltar produto, mas o preço dos produtos refrigerados e congelados deve ter alta média de 15%. A manutenção também tem reajuste, pois o mecânico trabalha mais e faz mais horas extras. Geralmente, o aumento é de 10%, mas em épocas mais intensas de calor chega a 30% — diz Lumertz.
Asbrav explica que serviços de manutenção e reparos de sistemas de refrigeração e ar-condicionado representam a maior parte do consumo de fluido refrigerante no Brasil. Dentro disso, o segmento que mais demanda é o de supermercados e estabelecimentos que comercializam produtos refrigerados e congelados.