Curso pré-vestibular com sede em Porto Alegre, o Fleming Medicina teve o controle acionário comprado por um fundo de investimento. O contrato com o Colibri foi fechado nos últimos dias após um namoro que começou em dezembro do ano passado.
A coluna foi recebida no fim da manhã para uma conversa com o criador do Fleming, Jorge Ignácio Szewkies, e com o fundador do Colibri, Paulo Landim. Sem abrir valores, falaram da negociação e dos planos para a empresa.
Szewkies é médico psiquiatra e criou o Fleming em 2004 após voltar do doutorado na Alemanha. Com a venda do controle, ficará responsável pela gestão pedagógica. A ideia é reforçar o método de preparação dos estudantes para o vestibular de Medicina.
— Criei o método de estudo integral. Eu sou a história do Fleming, o Paulo é o futuro. Importante salientar que é um negócio no contrafluxo do que temos visto. Ainda mais no setor de educação — comenta o médico.
O Colibri tem foco em empreendedorismo. Diferente dos fundos de private equity, a ideia é investir em uma única empresa e assumir a gestão. Por isso, Paulo Landim mudou-se de São Paulo para Porto Alegre na semana passada. Aos 28 anos, será responsável pela administração do Fleming em um cargo que ainda não tem o nome definido.
O investimento é de longo prazo. Nos Estados Unidos, onde estes fundos surgiram, há casos de empresas que estão sendo administradas pelos investidores há 20 anos.
— Não viemos para cortar custos nem reduzir despesas. Vamos investir em expansão. O que nos atraiu, inclusive, é a qualidade pedagógica e os professores de primeira linha — enfatiza Landim.
O Fleming Medicina tem atualmente cinco unidades. Ficam em Porto Alegre, Passo Fundo, Santa Maria, Pelotas e Caxias do Sul.
Não viemos para cortar custos
Paulo Landim
Fundador do Colibri
São 1,2 mil alunos. Vários são de fora do Rio Grande do Sul, o que foi um dos pontos positivos na negociação, já que o Colibri quer abrir unidades do Fleming em outros Estados.
— Temos alunos aprovados em Medicina na USP, em São Paulo. Outros vêm do Amapá para estudar em Porto Alegre — conta Paulo Landim.
O Colibri tem recursos de pessoas físicas diretamente, mas também de gestoras de fundos. No entanto, administra apenas capital privado.
Ouça entrevista do programa Acerto de Contas, da Rádio Gaúcha: