Guardar dinheiro para aposentadoria não precisa ser, necessariamente, por meio de um plano tradicional de previdência privada. Até mesmo porque vários deles têm uma taxa de administração alta e este deve ser o principal cuidado do investidor.
Planos de previdência costumam ficar mais atrativos quando há contrapartida da empresa onde a pessoa trabalha, como depósito de parte do que o funcionário economiza. Há casos ainda de isenção da taxa de administração ou então instituições financeiras que oferecem condições melhores para determinados clientes.
O Tesouro Direto é uma forma de investir em títulos públicos. Há papéis típicos de investimento de longo prazo, ou seja, também são uma opção para aposentadoria. Apesar da redução dos juros no país, ainda "pagam" um bom juro para quem compra. Pode-se segurar o investimento até o vencimento ou vender antes pelo preço pago pelo mercado.
Dentro deste assunto, a coluna recebeu certa vez uma pergunta interessante do leitor Carlos. Qual o melhor e qual paga menos imposto: Tesouro Direto ou Plano de Previdência?
Sócio da Monte Bravo Investimentos, Pier Mattei acredita que as duas estratégias são boas. E mais: são complementares.
— Não há certo e errado. O que é melhor para um pode não ser para o outro. O importante mesmo é guardar dinheiro para o futuro — pondera o especialista.
Títulos Públicos
São investimentos de renda fixa e conservadores, considerados os mais seguros de todo o mercado. Para o longo prazo, Mattei sugere títulos chamados de Tesouro IPCA, os antigos "NTN" (Nota do Tesouro Nacional). São papéis interessantes para quem pensa em aposentadoria porque remunera com inflação pelo IPCA mais uma taxa fixa, que ainda tem ficado próxima de 5%. Do ponto de vista fiscal, o especialista recomenda a NTN-B, que não paga semestralmente o dinheiro do investidor e deixa para remunerá-lo só no final do contrato.
Planos de Previdência
O primeiro passo é escolher entre VGBL e PGBL, observa Pier Mattei. Há uma diferença quanto à tributação de cada um.
— A oportunidade está no regime regressivo, com alíquota de Imposto de Renda de apenas 10% sobre o lucro, no VGBL, ou sobre o capital total, se for PGBL. É um percentual menor do que a grande maioria de aplicações de renda fixa - explica.
Atenção, no entanto, que planos de previdência podem ter duas taxas. Uma delas é a taxa de administração cobrada pela empresa para administrar o fundo de investimento. A outra é de carregamento, que pode cobrar um valor pela aplicação e pelo resgate de dinheiro. Há seguradoras que não cobram. A dica é pesquisar para escolher e evitar essas taxas, que acabam "comendo" parte do retorno da aplicação financeira.