Ganhou repercussão um vídeo de pouco mais de um minuto, divulgado há duas semanas no Facebook pela Embaixada da Alemanha em Brasília, que tinha como objetivo explicar didaticamente como se ensina o Holocausto lá. O lema é "Conhecer e preservar a história para não repeti-la", como informa o material, corretamente.
O nazismo é um dos capítulos mais horrendos não apenas da história da Alemanha como do mundo todo, mas o país tem sido um exemplo de como lidar com seu passado – não escondê-lo é a primeira lição do vídeo.
De modo geral, o material da Embaixada gerou ótima recepção: teve até agora 780 mil visualizações, 7,3 mil curtidas e 17 mil compartilhamentos. Mas, entre os mais de 1,1 mil comentários, estão alguns que questionam verdades históricas, como o fato de o nazismo ter sido um movimento de extrema direita. Sim, alguns brasileiros queriam "ensinar" aos alemães que se trataria de uma coisa da esquerda.
Qualquer pessoa que leia um livro sério sobre o nazismo descobrirá que Hitler e seus seguidores deploravam tudo que se assemelhasse a comunismo e marxismo. Um dos delírios antissemitas era que os judeus seriam agentes do comunismo.
É verdade que, nos comentários do vídeo, muitos outros brasileiros se desculparam pelo comportamento dos conterrâneos ignorantes, mas o fato de inverdades históricas serem propagadas por uma minoria é preocupante.
Nas escolas judaicas, estudamos profundamente o Holocausto. Um dos principais ensinamentos é como identificar um movimento radical de massa a exemplo do que foi o nazismo. O filme americano A Onda (1981, com versão alemã de 2008) é material obrigatório. Sempre que cogitamos estar falando demais sobre o Holocausto, lembramos de nossos antepassados sobreviventes e voltamos ao estudo.