A mudança no estatuto da CBF, que agora permite duas reeleições para presidente, revelou que Ednaldo Rodrigues, comandante da entidade, dá as cartas no futebol brasileiro atualmente. Com a alteração, ele pode ter três mandatos consecutivos.
A alteração foi aprovada em reunião emergencial na sede da CBF na sexta. Os presidentes de federações estaduais deram o aval para a mudança. Antes, o limite era de uma reeleição para um mandato de quatro anos.
Ednaldo Rodrigues assumiu como presidente interino da CBF em 2021, após o afastamento de Rogério Caboclo por denúncia de assédio moral e sexual. Depois venceu a eleição de 2022, e agora poderá ficar até 2034 no cargo, se vencer também as eleições de 2026 e 2030. Para isso, será preciso uma interpretação de que o mandato tampão de 2021 a 2022 não é válido para a conta de reeleição.
Nestes três anos do novo comando do futebol brasileiro, todos os relatos de quem acompanha de perto os bastidores da CBF dão conta de um presidente centralizador, que não delega tarefas e chama para si a responsabilidade de praticamente todas as decisões.
Os vice-presidentes perderam força e não participam das definições mais importantes. Diretores experientes também foram deixados de lado. Ednaldo, que foi presidente da Federação da Bahia antes de chegar a CBF, não gosta de se aconselhar com dirigentes mais experientes.
Este é o seu estilo. Seja em negociações de repercussão, como a fracassada tentativa de trazer Carlo Ancelotti, aos assuntos de menor interesse, como tratativas com fornecedores.
Esta característica causa alguns desconfortos na CBF. Mas do seu jeito, Ednaldo Rodrigues ganha cada vez mais força. E provavelmente terá um futuro longo no comando do futebol brasileiro.