A partir de agora, o novo endereço de Ronaldinho e Assis no Paraguai é o Hotel Palmaroga, bem no coração de Assunção, perto da sede do governo e da região central da cidade. Na nova rotina, eles podem circular livremente pelas dependências do hotel, que conta com restaurante, piscina e academia. A diária custa US$ 64 por quarto. Ronaldinho está no apartamento 104, e Assis no 106.
Além deles, também estão no hotel o advogado Sérgio Queiroz e mais um funcionário da família Assis Moreira que cuida de todas as questões necessárias, como compras de alimentos e serviços gerais. O local está com movimento reduzido por conta da pandemia do covid-19.
Ronaldinho e Assis não podem sair do hotel, afinal, estão em prisão domiciliar, após o pagamento de caução de US$ 1,6 milhão. O dinheiro já foi depositado no Banco Nacional de Fomento. A custódia policial é feita do lado de fora do prédio.
Uma coisa é certa: nos próximos dias, os irmãos ficarão no hotel. Não existe possibilidade de deixarem o Paraguai de forma tão rápida. No momento, o trabalho da Justiça paraguaia está suspenso. A audiência de terça-feira (7), que determinou a transferência para prisão domiciliar, foi feita em caráter emergencial. O recurso que pede a libertação de Ronaldinho e Assis sequer será analisado neste período. A suspensão do trabalho judiciário vai até a próxima segunda-feira (13), mas existe a possibilidade da prorrogação deste prazo.
Assim que o trabalho da Justiça for retomado, o que ainda não se tem previsão, a equipe de defesa vai insistir na tese de que o único crime cometido foi o uso de documentação falsa, o que inclusive foi admitido por Ronaldinho e Assis. Diante desta situação, o melhor cenário para eles seria uma pena com pagamento de multa pela irregularidade e liberação para voltar ao Brasil.
Mas o Ministério Público, liderado pelo promotor Osmar Legal, continua investigando se existe algum tipo de ligação dos irmãos em suposto esquema de lavagem de dinheiro liderado pela empresária Dalia Lopez, que segue foragida. O trabalho é feito com sigilo total, e nenhuma informação é divulgada para a imprensa.
Por enquanto, a única certeza é esta: os próximos dias, eu diria até as próximas semanas, de Ronaldinho e Assis serão no Paraguai. Agora com o conforto de uma boa cama em um hotel. Sem futevôlei na prisão, porém com banheiro privativo, e não o banheiro coletivo da Agrupación Especializada, onde ficaram presos 32 dias.