A possibilidade de uma proposta do Boca Juniors por Guerrero agitou o ambiente do Inter. O assunto ganhou as manchetes na Argentina e, obviamente, teve repercussão no Beira-Rio. Durante a viagem para o Rio de Janeiro, onde o Inter conquistou uma vitória extremamente importante contra o Botafogo, tive a oportunidade de conversar sobre este assunto com o presidente, Marcelo Medeiros, o diretor-executivo, Rodrigo Caetano, e o próprio Guerrero.
Na pista atlética do Estádio Nilton Santos, antes da partida, Medeiros usou a seguinte frase para definir a situação:
— Quando um jogador quer sair, ninguém segura.
Apesar disso, o presidente acredita que Guerrero quer ficar. O valor da multa rescisória segue sem ser revelado. Na Argentina, um dos candidatos à presidência do Boca Juniors falou que a quantia é de US$ 4,5 milhões.
Após o jogo contra o Botafogo, conversei com Caetano, que participou do processo de contratação do centroavante em duas oportunidades, do Corinthians para o Flamengo, e do Flamengo para o Inter. O diretor lembrou que o peruano cumpriu os contratos até o final nas duas oportunidades, e revelou que conversou tanto com Guerrero, quanto com o seu empresário, Bruno Paiva. E o que recebeu de informações é que existe o desejo de permanência.
Esta é a mesma impressão das pessoas que têm convivência com o jogador no Beira-Rio. Ele aparenta estar satisfeito com o ambiente do clube e com a vida em Porto Alegre. Não dá sinais de que quer sair.
A questão é que em entrevistas, ainda no Rio de Janeiro, Guerrero não foi enfático ao dizer que quer ficar. O discurso é de que está concentrado nos dois jogos finais do Campeonato Brasileiro e que não pode falar no futuro.
O que me parece é que ele quer aguardar o final do ano, ouvir a proposta do Boca Juniors, após a eleição do clube argentino, e decidir o futuro. E esta postura é adequada. Se realmente existe interesse de uma equipe como o Boca, é preciso ouvir o que eles querem apresentar. É uma questão profissional. Mas que o assunto vai virar novela, não há dúvida.