Numa epidemia tão disseminada como a do atual coronavírus, qualquer mal estar assusta. O Center for Diseases Control (CDC) dos Estados Unidos publica uma síntese dos sintomas mais característicos e a frequência com que se manifestam no curso da infecção.
1) Febre: pode ser intermitente ou prolongada. Costuma ficar entre 37° e 38°, mas há casos em que ultrapassa 39°. Na maioria das vezes não dura mais do que dois ou três dias, mas algumas pessoas mantém picos diários com mais de uma semana de duração.
Nesses situações, é importante afastar a concomitância de infecção bacteriana secundária. A medida da temperatura com esses termômetros que parecem revólveres, apontados para a fronte das pessoas em aeroportos e entradas de shoppings é inútil. A febre nem sempre está presente, nunca é constante, geralmente dura poucos dias e o doente pode estar sob o efeito de antitérmicos.
Como o vírus se dissemina pela corrente sanguínea, pode acometer coração, rins, pele, sistema nervoso central.
2) Tosse: os estudos mostram que está presente em 59% a 86% dos pacientes. Quando se manifesta, é seca em 80% das vezes, do tipo irritativo. Nos demais vem acompanhada de secreção escura ou amarelada. Secreção esverdeada sugere complicação bacteriana e necessidade de antibioticoterapia. Em algumas pessoas já curadas da infecção, a tosse pode persistir por semanas ou meses.
3) Fadiga de intensidade variável está presente em 44% a 70% dos doentes. Dores musculares e dor no peito ocorrem em 11% a 35%.
4) Dor de garganta, congestão nasal e perda do olfato costumam estar entre os primeiros sintomas.
5) Coriza e sangramento nasal manifestam-se em menos de 10% dos casos.
6) Comprometimento pulmonar, que cursa com insuficiência respiratória e queda da saturação de oxigênio na circulação, ocorre em até 20% dos doentes sintomáticos. Essa porcentagem chega a 50% quando os sintomas são de maior intensidade.
7) Náuseas, vômitos, diarreia e dores abdominais são pouco comuns, ao contrário da perda de apetite, que às vezes se manifesta mesmo em pessoas com poucos sintomas.
8) Manifestações menos comuns incluem as neurológicas: tonturas, confusão mental, alterações da sensibilidade, crises de ansiedade, acometimento de nervos periféricos, síndrome da Guillain-Barre e acidentes vasculares cerebrais, entre outras.
Como o vírus se dissemina pela corrente sanguínea, pode acometer qualquer órgão ou sistema: coração, rins, pele, sistema nervoso central.
Cerca de 35% das pessoas infectadas não apresentam sintomas. Nas demais, eles surgem 2 a 14 dias depois de adquirir o vírus (em média, quatro a cinco dias).
Quando a doença se manifesta, é importante anotar o dia em que surgiu o primeiro sintoma. Se quatro ou cinco dias mais tarde houver melhora do mal-estar, dos sintomas e da indisposição, a doença costuma evoluir para a cura. Se depois desse período, no entanto, os sintomas se agravarem, há necessidade de procurar atenção médica, porque é maior o risco de complicações.