Durante a manhã desta segunda-feira (10), tive a oportunidade de conversar com uma pessoa que trabalha na CBF, que teve acesso ao áudio do VAR da partida entre Grêmio e Botafogo, domingo (9), pelo Brasileirão. Perguntei sobre o teor da conversa no momento do lance do pênalti reclamado em cima de Bitello, aos oito minutos do segundo tempo. A resposta que obtive ajuda a explicar os motivos da tomada de decisão do paulista Flávio Rodrigues de Souza e até mesmo a falta de interferência do árbitro de vídeo.
Faço questão de ressaltar duas coisas. A primeira é que o áudio ainda não foi divulgado pela CBF e não há a confirmação de que isso ocorrerá. A segunda é que eu não escutei o áudio. As informações que trago a partir de agora estão baseadas no relato de uma pessoa que ouviu o diálogo entre o árbitro e o VAR e compartiu o conteúdo dessa conversa comigo, com o único objetivo de esclarecer a decisão tomada.
Vamos aos fatos. No momento do lance, o árbitro estava bem posicionado e descreveu ao VAR o que presenciou no campo, conforme manda o protocolo. Ele relatou que viu o contato e a disputa corporal de Marçal com o uso do braço no peito de Bitello.
No entanto, Flávio Rodrigues de Souza disse considerar que não houve a intensidade necessária para justificar a infração. O juiz viu tudo, descreveu a cena observada no campo e considerou que a ação do marcador não configurou uma falta.
A disputa foi considerada normal, de acordo com a observação do árbitro, e ela não explica uma consequência de impedir Bitello de prosseguir na jogada. O responsável pela cabine do VAR entendeu que essa interpretação estava correta. Rodrigo Guarizo do Amaral recomendou que o jogo seguisse diante dessa interpretação, por não entender que tinha elementos suficientes para uma interferência.
É importante ressaltar que essa descrição explica a percepção do árbitro no momento do jogo, embora não seja uma justificativa para um acerto na marcação final. Aqui deixo de lado o que busquei como informação para tentar ilustrar o que ocorreu e retomo a minha opinião de que houve um pênalti não marcado.
Sempre lembrando que estamos falando de algo interpretativo e que margem elevada para causar polêmica, independentemente da decisão adotada pelo árbitro principal.