A arbitragem brasileira não teve boa estreia na Copa do Mundo do Catar. O nervosismo da primeira partida pesou, mas a falta de critério do VAR foi o ponto determinante para os dois erros cometidos pelo paulista Raphael Claus na goleada por 6 a 2 da Inglaterra contra Irã, nesta segunda-feira (21), no International Khalifa, pelo Grupo B.
O primeiro equívoco foi um pênalti não marcado para a seleção inglesa logo aos três minutos. Após cobrança de escanteio, Cheshmi agarrou Maguire com os dois braços e o impediu de disputar a jogada. No mesmo instante, com menor intensidade, Pouraliganji puxou Stones também dentro da área. Claus errou ao não marcar a infração. Não é o ideal, mas acontece.
O que não pode ocorrer é a falta de interferência do VAR em uma situação tão clara como essa. Há um abraço gritante de um defensor e um puxão de outro. O uruguaio Leondán González poderia ter escolhido qualquer uma das infrações e salvaria o juiz brasileiro de cometer um erro.
Para completar o pacote, já nos acréscimos do segundo tempo, o árbitro de vídeo uruguaio recomendou revisão de pênalti para o Irã. Só que é preciso fazer muito esforço para considerar que o puxão de Stones foi o suficiente para derrubar Pouraliganji na área.
O jogador iraniano já chega caindo e dobra os joelhos ao sentir o contato do adversário. O resumo da história é que foi marcado o pênalti inexistente e o existente foi ignorado.
Outro fato inexplicável foi o tempo de 10 minutos de acréscimo concedido na etapa complementar. Não houve nada que pudesse justificar tanta recuperação.
Por fim, cabe registrar uma novidade desta Copa. O Irã fez uma substituição extra, além das cinco permitidas pela regra, por conta do risco de concussão cerebral do goleiro Beiranvand. Ele sofreu um choque de cabeça e precisou deixar o gramado. Esse é o primeiro Mundial a adotar essa medida que visa preservar a saúde dos jogadores.
A boa notícia para Raphael Claus e os demais integrantes da equipe de arbitragem é que a goleada aplicada pelos ingleses ameniza qualquer problema ocorrido na partida. Não se trata de um jogo com erros que determinaram impacto decisivo no placar.