Esta coluna precisa ser dividida em duas partes. A primeira delas é sobre o acerto da arbitragem comandada por Edina Batista na validação do segundo gol da vitória por 2 a 1 do Inter contra o Atlético-GO. Apesar da demora superior a seis minutos para a tomada de decisão de um lance complexo e ajustado, o responsável pelo VAR cumpriu o protocolo e adotou o procedimento correto.
Faço questão de ressaltar isso porque o debate central que quero propor aqui não está em erros ou acertos de arbitragem. Quero discutir a dinâmica do espetáculo e a experiência de quem assiste a um jogo de futebol.
Também é importante ressaltar que, enquanto a regra do impedimento tiver a formulação atual e a orientação da CBF para os árbitros for a que está em vigor, precisaremos conviver com situações em que a demora do VAR ultrapassa o limite aceitável e chega ao ponto de atrapalhar o jogo.
Dito isso, entro na parte mais importante desta coluna, que é sobre a necessidade urgente de mudança na regra do impedimento. Eu confesso que não sei qual o modelo ideal para tornar o texto mais atualizado aos padrões atuais do futebol. No entanto, a Fifa e a Ifab (órgão que regulamenta as regras do futebol) têm pessoas qualificadas para encontrar a solução para isso.
Em 2022, o debate sobre uma possível alteração na regra do impedimento acabou sendo inconclusivo. Acredito que a alteração no texto seja algo inevitável para o ano que vem. A chegada do VAR torna ainda mais importante uma discussão que melhore a experiência do torcedor.
É claro que há lances em que o árbitro de vídeo vai demorar mais do que em outros. É claro que sempre será melhor um acerto demorado do que um erro apressado. Só que ao mesmo tempo beira o absurdo perdermos quase sete minutos para a decisão de validação de um gol, sobretudo quando fica praticamente impossível perceber o acerto nas imagens da transmissão.
O lance que aconteceu em Goiânia é apenas um exemplo entre tantos que aconteceram no Brasileirão. É injusto criticar os árbitros. Eles apenas cumprem a regra e o protocolo atual. O problema é muito mais amplo e passa por uma discussão nas regras para tornar o futebol um esporte melhor de ser assistido.