Um lance chamou atenção e gerou amplo debate na vitória por 3 a 0 do Inter sobre o Fluminense. Nem preciso dizer que estou falando do impedimento marcado de Alemão na origem da jogada do gol anulado de Mauricio, aos 21 minutos do segundo tempo.
Antes de falar o que diz a regra e também tentar explicar a linha de raciocínio adotada pelo VAR, preciso dizer que a única explicação possível para a anulação deste lance é a tecnologia.
Não é a primeira vez que isso acontece no Brasileirão. As jogadas ajustadas são recorrentes. Falo de situações em que o VAR determina um impedimento ou um gol legal, mas não conseguimos ver isso com clareza apenas olhando para a imagem.
Sempre que isso ocorre, meu critério é concordar com o VAR. O motivo é simples. O árbitro de vídeo tem um recurso habilitado para medir os centímetros de distância entre um atacante e um defensor. É difícil bater de frente contra isso com base no achismo e correndo um sério risco de estar sendo traído por uma perspectiva de câmera, por exemplo.
Isso aconteceu no lance em questão no jogo entre Inter e Fluminense. O primeiro ponto sobre a jogada é que a primeira imagem apresentada pela transmissão da televisão está angulada, e a impressão é de que Alemão encontra-se no campo defensivo.
Importante: não há impedimento quando um jogador parte do próprio campo e isso já causa a primeira estranheza sobre a decisão final de anulação do gol.
Só que há um detalhe. Embora os pés dos jogadores estejam no campo do Inter, Alemão e Felipe Melo estão com o corpo inclinado à frente da linha que divide o gramado. Ou seja, de acordo com a regra e o protocolo, eles estão no campo ofensivo, e o VAR precisa entrar em ação para traçar as linhas e medir quem está na frente.
O responsável pelo recurso fez isso e disse que Alemão está adiantado. É aí que entra o recurso que o VAR tem e nós não temos. Duvido que alguém olhe para a imagem que está sobre a linha que divide o gramado e diga, com clareza, que o centroavante do Inter está à frente de Felipe Melo. É mais fácil afirmar o contrário.
Só que hoje em dia não basta parecer legal. Tem que ser legal com base nas linhas traçadas pelo VAR. Portanto, a tecnologia é a única explicação possível para a anulação do gol de Mauricio. Mesmo que não pareça, que seja ajustado, que a imagem não seja clara, somos reféns do árbitro de vídeo em casos assim. Até que provem o contrário.