Se esperava que o Gre-Nal 433 fosse marcado por mais tensão dentro de campo. Felizmente a expectativa não se confirmou. Há duas explicações para isso quando estamos diante de um jogo tão pesado e que a derrota poderia representar uma bomba tanto para o Grêmio quanto para o Inter.
A primeira delas é que o trabalho da equipe de arbitragem foi de excelência. O paulista Flávio Rodrigues de Souza teve uma atuação que conseguiu ser discreta e contundente ao mesmo tempo. Ele repetiu o desempenho que havia tido no primeiro clássico que apitou na carreira. Sem abusar dos cartões, e levando a régua das advertências bem elevada, ele conseguiu manter o controle do jogo do começo ao fim.
O juiz do quadro da Fifa usou as ferramentas que o bom árbitro precisa utilizar. Advertiu, deu broncas sem ser espalhafatoso e esteve sempre bem colocado para tomar decisões técnicas acertadas. O placar de 0 a 0 não passou pelo apito.
Prova disso é que o VAR não precisou interferir no jogo. Houve apenas duas situações checadas, mas as decisões do campo foram respaldadas pelo árbitro de vídeo Márcio Henrique de Gois.
Houve um pênalti reclamado por Saravia aos 48 minutos do segundo tempo. O lateral colorado recebeu lançamento na grande área, dominou mal e acabou forçando a barra no mínimo contato com Kannemann. A penalidade não aconteceu. O juiz estava bem colocado e mandou o jogo seguir.
O outro lance checado foi aos 21 minutos do primeiro tempo. O VAR analisou uma possível situação de vermelho direto em uma infração cometida por Alisson em Patrick em um lance de contra-ataque aos 21 do primeiro tempo. O jogador gremista usou o braço, deu um tapa no ombro e puxou para derrubar o jogador colorado, o impedindo assim de participar da jogada ofensiva.
O árbitro de vídeo conferiu a jogada para saber se ação caracterizava uma agressão. O jogo chegou a ficar parado alguns segundos para que isso acontecesse. No entanto, o VAR não interferiu por entender que o que ocorreu foi uma conduta temerária.
Nas imagens disponíveis para a análise na cabine fica claro que não houve agressão. O erro da arbitragem neste lance foi não ter dado o amarelo no campo, mesmo com a vantagem obtida, pois a infração não foi tática, mas disciplinar.