Há uma pergunta que precisa ser respondida sobre o pênalti reclamado pelo Inter no empate em 0 a 0 contra o Athletico-PR, nesta quinta-feira (4), na Arena da Baixada, pela 34ª rodada do Brasileirão.
Sei que os lances de mão na bola e bola na mão são complexos, não há como simplificar situações em que o grau de interpretação é tão grande. Só que até a regra mais maluca do futebol tem lógica e precisa ser vista dentro do espírito do jogo.
Qualquer pessoa que viu o lance em que a bola bate no braço de Abner precisa ter em mente uma questão: qual vantagem o jogador do time paranaense ganhou no lance? Nenhuma!
Não estou dizendo que a regra de mão na bola e bola na mão se resuma a ganhar ou não vantagem, mas veja a natureza desta infração.
Abner está com a possibilidade de encaixar um chute e dar um balão para longe. Só que o jogador do Athletico erra o gesto e chuta só o vento. O pé não encontra um gominho ou uma costura sequer da bola. É a famosa furada.
Ao fazer esse gesto, o braço dele se movimenta naturalmente acompanhando a rotação de corpo depois que a perna é projetada à frente, tentando alcançar a bola. Por ter furado no chute, a bola passa reto, bate no gramado, sobe e acaba tocando no braço.
Refaço a pergunta: por qual motivo um jogador erraria um chutão para dar um toquinho com o braço na bola e deixar ela pererecando dentro da área? Não há motivo. Por isso, o jogo deve seguir, e a penalidade não deve ser marcada.
Não houve qualquer impacto tático ou prejuízo em uma construção ofensiva de um adversário. Esse espírito precisa ser levado em conta ao interpretar a regra.
Por fim, houve cumprimento de protocolo na condução da equipe de arbitragem. Isso porque Ricardo Marques Ribeiro estava de frente para o lance, viu tudo o que aconteceu e interpretou no campo. O VAR apenas checou e respaldou a decisão tomada pelo juiz. O árbitro de vídeo teria interferido se considerasse que um erro grave precisava ser evitado. Não foi o caso.