O Gre-Nal 425 terá uma novidade no apito. Daniel Bins está escalado para comandar o clássico da retomada do Gauchão na próxima quarta-feira (22), às 21h30min, no Estádio Centenário, em Caxias do Sul. O maior desafio da carreira dele chega no pior e melhor momento para um árbitro estreante.
O momento atípico gera alguns obstáculos importantes para Daniel Bins. O primeiro deles é o fato de que ele não apita uma partida de futebol há quatro meses. Você deve estar pensando agora que Inter e Grêmio também não jogaram durante esse período. É verdade. A grande diferença é que as condições de treinamento da Dupla são incomparáveis com a realidade enfrentada pelo juiz de 42 anos nos últimos quatro meses.
Os árbitros treinam por conta. Essa sempre foi a realidade de quem apita no Gauchão. O problema é que as restrições impostas pela pandemia limitam as condições de treinamento em academias, por exemplo. Fica muito mais difícil encontrar soluções para manter a condição física neste cenário.
Os jogadores podem até ter problemas de entrosamento, mas Daniel Bins terá pela frente um confronto entre as equipes que mais treinaram fisicamente entre as que disputam a competição estadual. Isso será um elemento a mais de pressão para quem tem a preocupação de fazer uma boa estreia em um jogo com esse peso.
Também vale lembrar que será o primeiro Gre-Nal de Gauchão nos últimos anos sem a utilização do VAR, que poderia ser uma carta na manga para a arbitragem. Não haverá segunda chance além do que é visto no campo.
Será que haverá paciência dos atletas e dos torcedores com relação a isso ou seria pedir muito?
Por outro lado, a melhor notícia para Daniel Bins é que a partida não tem uma importância decisiva na tabela. Ganhar ou perder não representará a classificação ou a eliminação de ninguém. Isso não zera a rivalidade, mas pode ser um ponto favorável.
Outro fator que pode ajudar é a ausência de torcedores. O Estádio Centenário não terá a atmosfera de caldeirão, como ocorre tradicionalmente em um Gre-Nal. Pelo contrário, o ambiente bastante silencioso. Isso pode até inibir algumas reações dos atletas, pois não será necessária a leitura labial para detectar exageros. Uma ofensa não passará despercebida.
Agora é esperar para ver qual aspecto terá maior importância no contexto de um Gre-Nal que entrará para a história.