Mesmo com o futuro cercado de incertezas, as discussões sobre o retorno do futebol brasileiro têm sido constantes. A CBF tem conversado com representantes de clubes e autoridades de saúde para projetar cenários para construir soluções para a retomada das competições. Em relação à arbitragem, a principal questão diz respeito ao VAR. O objetivo da entidade nacional é manter a utilização do recurso eletrônico nas 38 rodadas do Brasileirão.
Embora a IFAB tenha emitido comunicado facultando o uso do VAR na retomada de competições que foram iniciadas com ele, a CBF está firme na ideia de não retroceder. Até porque houve aprovação para o uso da ferramenta por parte dos clubes no Conselho Técnico da Série A.
Ainda não há definição de como será o protocolo de segurança sanitária para que o recurso possa estar em ação. Isso depende inicialmente de como serão as regras gerais para o futebol brasileiro. Na Alemanha, por exemplo, houve redução no número de pessoas que ficam na cabine do VAR. O sistema está operando com um árbitro e um operador de vídeo a menos. O mesmo formato não pode ser desconsiderado para o Brasil.
O que já se pode descartar é a viabilidade de uma cabine remota em uma sede única com a operação integrada para todos os estádios do país. Antes da pandemia, a CBF vinha trabalhando fortemente com essa alternativa. Um teste chegou a ser feito durante a final da Supercopa do Brasil, em fevereiro. A vitória por 3 a 0 do Flamengo contra o Athletico-PR foi realizada no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. No entanto, o VAR do confronto foi operado com sucesso direto da sede da CBF no Rio de Janeiro.
Essa alternativa de ter a Sala de Operação de Vídeo (VOR) em uma sede única, como vimos antes na Copa do Mundo, seria o mundo ideal principalmente pelo aspecto econômico. Além de ter uma estrutura fixa na sede da CBF, uma otimização de recursos humanos seria possível. Por não haver a necessidade de deslocamento para locais em que os jogos ocorrem, um árbitro de vídeo poderia trabalhar em uma partida no sábado e outra no domingo com apenas uma viagem para o Rio de Janeiro.
Por isso, essa é uma tendência. Não tenho dúvidas de que será a realidade do futuro, ainda que esteja descartada momentaneamente para o ano de 2020 em função da pandemia de coronavírus.