Quem defende que os diálogos entre o árbitro de campo e o de vídeo devem ser tornados públicos precisará ter um pouco mais de paciência. Isso porque a IFAB (International Football Association Board) manifestou que não considera apropriada a divulgação dos diálogos gravados na cabine do VAR neste momento. No entanto, a entidade que regulamenta as regras do futebol reconhece que o recurso precisa ser utilizado de forma mais clara e que facilite a compreensão sobre o processo como um todo.
— Foi acordado que mais informações sobre o processo de tomada de decisão, por exemplo, acesso à conversa entre árbitros durante uma revisão, não seriam apropriadas neste momento, mas que mais esforços devem ser feitos para aprimorar as abordagens de comunicação existentes para melhorar o entendimento do processo de revisão e da decisão final do árbitro — publicou a IFAB no documento que traz detalhes sobre as mudanças nas regras do futebol para 2020.
Sobre a utilização do VAR em quase 40 países, a entidade apontou ainda que "houve alguma inconsistência entre os organizadores de competições de alto nível na aplicação do protocolo", sugerindo que algumas confederações tiveram problemas na maneira de conduzir a utilização do recurso. Disse ainda que "alguns desses organizadores relataram que seguirão o Protocolo VAR para uma aplicação uniforme a partir da próxima temporada".
A IFAB fez apenas um ajuste em termos de protocolo, que pode impactar na dinâmica da utilização do VAR. Ela recomendou que o árbitro olhe no monitor à beira do gramado sempre que as jogadas suscitarem interpretação.
"Sempre que o incidente a ser revisado estiver sujeito a considerações subjetivas, a expectativa é de que o árbitro realize uma "revisão em campo" (OFR), ou seja, o árbitro veja as imagens de repetição na área de revisão do árbitro", diz o novo texto atribuído às regras do árbitro de vídeo.
Por fim, a IFAB também acrescentou que está buscando informações sobre "vários desenvolvimentos tecnológicos, como o importante trabalho realizado pela Fifa para desenvolver sistemas que facilitam o uso do VAR em países e competições com recursos financeiros limitados". A ideia é simplificar as necessidades de infra-estrutura para tornar a ferramenta mais democrática no futuro.