Atuação atrapalhada, um erro grave e muita polêmica. Esse foi o resumo da arbitragem no empate em 2 a 2 entre Inter e Fortaleza, neste domingo (24), pela 34ª rodada do Brasileirão. O principal equívoco do paranaense José Mendonça da Silva Júnior foi o pênalti marcado para a equipe cearense no segundo tempo. Considero que a bola toca no braço do zagueiro Victor Cuesta de maneira acidental e discordo da interpretação do juiz.
Há alguns aspectos que precisam ser levados em conta na análise desse lance. O principal é que Cuesta não está fazendo ação de bloqueio. Ele já chega perdendo o equilíbrio na disputa com Filipe, que tenta o cabeceio e acaba furando. A bola vinha alçada de cobrança de falta, perde altura e acaba caindo na direção do braço do defensor.
Penso que Cuesta não tinha como evitar o contato e não teve qualquer ação para justificar marcação da infração. Não discuto a decisão do VAR de recomendar a revisão no monitor à beira do gramado, pois é provável que o juiz principal não tenha visto o toque no campo. Isso já é suficiente para justificar a ida ao vídeo. Reitero que o problema foi a interpretação.
Considero que a arbitragem tenha sido atrapalhada em decorrência do que houve no primeiro gol do Fortaleza. A impressão que tenho é de que o choque do zagueiro Rodrigo Moledo com o árbitro tenha impactado na condução insegura do jogo. Cabe ressaltar duas coisas sobre esse lance. A primeira é que a posição de José Mendonça não era a ideal. Ele deveria estar colocado um pouco mais para trás, à esquerda da linha de passe.
José Mendonça acabou ficando no meio da jogada, justamente entre o jogador do Fortaleza, que recebeu a bola, e Moledo. A segunda é que a trombada é provocada pelo zagueiro. O juiz estava parado quando foi atropelado. Ele não fez movimento na direção do defensor. Tudo isso precisa ser considerado na análise, ainda que a posição do árbitro não fosse a ideal.
O acidente teve como consequência o gol, que foi legal. O juiz não tinha como tomar uma decisão diferente. Só que essa interferência em uma jogada importante talvez tenha pesado para ele.
A equipe colorada sentiu a insegurança do juiz e começou a protestar em todos os lances de grande área. A pressão foi tanta que em um deles, o juiz cedeu e inventou uma penalidade. Viu toque de mão em uma jogada em que a bola bateu nas pernas do defensor do Fortaleza. Voltou atrás graças ao VAR e evitou o erro grave.