A nota oficial de Renato, após a entrevista assustadora para quem o conhece, reduziu parte do estrago nacional. Ele disse que as ameaças de revelar nomes de jornalistas que o criticam, mencionando expressões como a "torcida conhece alguns" e "filhos na escola", não tinham a ver com intimidação. Teria pensado na maneira como familiares e filhos de jogadores sofrem, em seus ambientes, ouvindo ofensas.
E ele deu nome aos bois: influencers gremistas e sua veia torcedora que, nos momentos de crise, atropelariam o jornalismo e deixariam a paixão agir como se estivessem na arquibancada. Uma espécie de contaminação do ambiente jornalístico que tem de reger qualquer cobertura. Nem todo influencer identificado age dessa forma, vale dizer.
Se a gente cobra de Renato quando ele usa o "vocês, da imprensa" que transforma todos os gatos em pardos, façamos a mesma distinção nessa nova categoria do ecossistema da comunicação. De qualquer maneira, o treinador cruzou uma fronteira sem volta nesse ciclo de Grêmio que se encerra.
É muita raiva, confronto, intolerância, teorias da conspiração, perseguição. Não há como seguir assim com saúde mental em 2025.
O tom da entrevista o rebaixa ao nível do que critica. Dá para desmentir uma informação sem convulsão — se o problema é esse. Basta não dar tanta importância, como fez Braithwaite.
A fúria de Renato é sintoma do ambiente pesado, que sugere desintoxicação das partes ali na frente.