O Grêmio tem o fator local ao seu lado, ainda que o Couto Pereira não seja a Arena. Em algum momento, será preciso propor e ficar com a bola, afastando-se da ideia de transição rápida. Martin Braithwaite vêm de ótima estreia em Cuiabá. Ele e Monsalve mostraram sintonia, como se fossem velhos amigos. O colombiano já tinha sido o melhor na Arena da Baixada. O dinamarquês entra normalmente, já que Diego Costa sentiu o púbis e está fora.
Como Cristaldo é o cérebro do time, o jeito é tirar um zagueiro e também Pavon, mas fazendo ajustes para não se expor. Claro que a disciplina tática é dever do quarteto (Cristaldo, Monsalve, Martin e Soteldo). Sem a bola, eles terão de ajudar a marcar e fechar espaços. Sem isso, nada feito.
É um desafio grande para Renato: agregar à equipe a qualidade dos reforços, que tanto animam a torcida e produziram recuperação no Brasileirão, sem perder a solidez defensiva que os três zagueiros vêm garantindo. Segurar os laterais, para manter a linha de quatro atrás mais postada, é uma alternativa.
Não será absurdo se Renato abrir mão de Monsalve e Braithwaite juntos. Ele vê Pavon como aquele atacante que sabe marcar. O fato é que, se quiser pensar em classificação, o Grêmio precisa vencer no Couto Pereira. E isso significa assumir algum risco. Antes, com menos qualidade, se fechar hermeticamente era o básico.
Agora, com peças de mais qualidade disponíveis, o cenário se altera. Deixar tudo para o Maracanã lotado é perigoso. O Fluminense de Mano assina por um 0 a 0 na hora. Não vai se atirar. Não deixa de ser um dilema: correr menos riscos para não perder ou arriscar para ganhar?