O Botafogo aceitou trocar o seu mando de campo contra o Grêmio, no Estádio Nilton Santos, por duas partidas em campo neutro no campeonato. Foi um ato de solidariedade ao fato de o Grêmio não poder utilizar a Arena devido à tragédia no Rio Grande do Sul. Um gesto interessante, certo? Sim, mas nem tanto. Nem tão magnânimo assim.
As partidas serão em Cariacica, no Espírito Santo, e em Brasília, no Mané Garrincha. Duas praças em que a torcida do Botafogo será expressiva. Perde a casa cheia do Nilton Santos, mas ganha talvez até mais torcida do que a do Grêmio nos dois estádios.
Se o Grêmio jogasse, por exemplo, como mandante, no Alfredo Jaconi ou no Couto Pereira, teria milhares de gremistas ao seu lado e raros botafoguenses. Então não é um gesto tão desapegado assim da parte de John Textor, o dono do Botafogo.
De parte do Grêmio, vale a leitura compreensiva nessa loucura. A solução é sempre a possível. Trata-se de tentar reduzir o dano, e o Grêmio pensa, nesse caso, na logística, por um conjunto de partidas no Rio, tentando reduzir o cansaço de viagens.
Mas nada de Textor Madre Tereza de Calcutá ao abrir mão do Nilton Santos.