Sobre responsáveis pelas eliminações trágicas em série do Inter, todas com requintes de crueldade, dessa vez é injusto incluir o presidente Alessandro Barcellos nessa fatura. No ano passado, ok. Peças saíram e não houve reposição de nível para o Gauchão, entre Jeans Dias e Gabriéis Barros.
Sobraram alertas: o elenco vice-campeão brasileiro tinha se enfraquecido. Dessa vez houve material humano de sobra, mesmo sem Borré, Thiago Maia e Fernando, fora da competição. Quem perdeu foi Eduardo Coudet. Se na temporada de 2023 Mano Menezes ouviu poucas e boas por não ir à final, imagine agora. O comandante atual não conseguiu responder às armadilhas táticas apresentadas por Roger Machado.
Falando em ano passado, que tal comparar escalações? Em 2023, o Inter empatou com o Caxias no Centenário e no Beira-Rio. Morreu nos pênaltis, como agora. Eis o time da eliminação: Keiller, Bustos, Mercado, Vitão e Thauan Lara; Baralhas, De Pena, Mauricio e Alan Patrick; Wanderson e Luiz Adriano.
Agora o que perdeu a vaga na final em 2024: Rochet, Bustos, Vitão, Mercado e Renê; Aránguiz, Mauricio, Bruno Henrique e Wanderson; Alan Patrick e Lucca (Valencia). Baralhas e De Pena por Aránguiz e Bruno Henrique. Keiller por Rochet. Luiz Adriano por Valencia. É um abismo a diferença.
Faltou resiliência
Wanderson e Aránguiz foram mal nos dois jogos contra o Juventude. Wesley e Bruno Gomes não são craques, mas eram alternativas para ao menos tentar sair do brete. Coudet só torceu para eles melhorarem, ignorando o Juventude. Roger não teve o atacante Erick, mas descobriu Edson Carioca. Perdeu João Lucas, improvisando o zagueiro Rodrigo Sam. Coudet não passou de Cristo a Judas, mas, se recebeu de bom grado os merecidos elogios pelas atuações de antes, que acate com resiliência as críticas da derrota, fundada na superioridade técnica e tática imposta por um rival com menos recursos.
Serve de inspiração?
Uma coluna minha apostando em Gre-Nal na decisão, escrita logo após as quartas de final em que Grêmio e Inter estavam muito à frente na tabela, viralizou entre torcedores do Juventude e também do Tricolor, logo após o desterro colorado. Ouvi dizer que houve até cópia no vestiário do Juventude, talvez pelo elogio ao time de Roger, cerne do texto. Que honra! Ela se espalhou nas redes sociais como se eu a tivesse sido escrito na véspera, e não bem antes do primeiro jogo das semifinais, claro, mas a graça está aí, na zoação, na brincadeira. Foi divertido ver os comentários, com humores de toda ordem. Nada é mais importante do que ser lido com sentido de relevância. E, com bom humor, é bom demais. Obrigado!