A Seleção Brasileira está classificada às oitavas de final da Copa do Catar. Venceu a Suíça com muita dificuldade, mas que fique a lição. Sim, ainda precisamos de Neymar. Talvez menos do que em 2014 e em 2018, mas ainda bastante. A vitória por 1 a 0 só veio quando Tite apostou em Rodrygo na função do camisa 10, na segunda etapa.
Foi ele que sempre tentou o diferente e furou o bloqueio suíço, com uma personalidade impressionante, arriscando o imprevisível e verticalizando com sofreguidão. O passe para o golaço de Casemiro foi dele. Antes, no gol anulado por milímetro de Vini Jr., de novo ele inventou um corta-luz que desmontou a linha de defesa suíça, permitindo a arrancada do ponteiro do Real Madrid.
E temos de falar de Casemiro. Qual o problema de chamá-lo de craque? Ele é o Neymar do sistema defensivo. É de uma precisão incrível. Não erra passe e acerta o bote. Na edição desta segunda-feira, em ZH e GZH, escolhi Casemiro como personagem, em vez dos substitutos de Neymar. Escrevi que, além de tudo, de vez em quando ele faz um golaço, como o da final da Champions de 2017, pelo Real Madrid, contra a Juventus.
A Suíça se defendeu muito bem, sem Shakiri e com um volante a mais. Fred não foi bem. Não conseguiu acionar Raphinha. Paquetá adiantado sofreu fisicamente, pela virose que o acometeu, mas achou Vini Jr. até cansar. Mas duas peças arrancaram a vitória. Casemiro, esse mostro. E Rodrygo, que encarnou Neymar, incendiou o estádio e mudou a perspectiva mental, como se a certeza da vitória estivesse dentro do peito.
A linha de cinco só se rompeu quando ele entrou e empurrou a barricada vermelha para trás, atraindo marcação e abrindo espaços para Vini. O Brasil está nas oitavas, mas que recupere Neymar. Imagine ele mais Rodrygo e Vini, juntos?