Quando Eduardo Coudet reclamava que o elenco do Inter era curto, ele tinha e não tinha razão. Tinha razão quando afirmava que precisava de reforços, mas aí Abel Braga assumiu e, com o mesmo elenco curto, quase foi campeão suplantando elencos bem mais longos.
Coudet não tinha razão quando tratava do tema publicamente, como se isso fosse resolver a crise financeira agravada por um pandemia imprevista quando ele foi contratado. Parecia que decidido a criar um clima ruim que facilitasse a sua saída — para o Celta, no caso.
O fato é que o Inter tem deficiências de grupo que, com jogos quarta e domingo, podem ser intransponíveis. Leões, suspensões, cansaço. Tudo isso têm de ser reposto na reta final da temporada com o banco de reservas.
Contra o Bragantino, o Inter se viu obrigado a terminar o jogo com um time quase sub-20. O zagueiro Kaique Rocha fez sua segunda partida como profissional, a primeira no Inter. Zé Gabriel, agora volante outra vez, foi chamado. Além da carência de reservas com afirmação mínima, há lacunas de estilo em posições fundamentais.
O Inter só tem Caio Vidal, longe de resolver os problemas do ataque, como atacante de velocidade. Que mais dribla é Patrick, imagine. Não há volantes de toque mais curto, como era Nonato, naquele estilo Matheus Henrique, ex-Grêmio. Taison é essencial, mas não é o armador clássico. Tipo Gustavo Scarpa, Everton Ribeiro ou Arrascaeta, só para dar três exemplos mais claros do que o preço escorchante da gasolina.
Como sonhar alto sem armadores e atacantes de lado? É um velho problema, o mesmo que impediu o Inter de ser campeão no ano passado, fazendo-o perder pontos e jogos justamente na reta final da competição.
Eis o desafio do competente técnico Diego Aguirre nesses 13 jogos que faltam. O menos terá de ser mais, e nem sempre dá.