O começo até foi bom, com alguma pressão na saída de bola do Fluminense apesar de nova escalação conservadora do técnico Zé Ricardo. Mas não durou muito. No Beira-Rio, contra um adversário que luta para não cair, o Inter foi de Lindoso, Edenilson e Patrick, com D'Alessandro e Pottker aberto pelos lados, desenhado no 4-1-4-1.
Só que Lindoso anda mais lento do que o normal e Patrick vive uma fase técnica nada boa, tomando a bola do adversário e entregando-a em seguida com erro de passes, ou então conduzindo sem necessidade e tornando o time lento. É uma usina para acender uma lâmpada.
Até a falha medonha de Muriel, ao melhor estilo peito de madeira, entregando o ouro a Pottker, a 35 minutos do primeiro tempo, o Fluminense se aproveitava da incapacidade do Inter de fazer a transição com troca de passes e encaminha contra-ataques de qualidade. Lomba era o nome da partida, inclusive com três defesas providenciais.
Mas a falha do goleiro tricolor, que vinha sendo destaque do Fluminense, abateu os cariocas. O gol com VAR de Pottker, quatro minutos depois, por pouco não acabou com o jogo. O Inter se aproveitou do abatimento momentâneo e quase liquidou.
Aqui, um elogio a Zé Ricardo. Ele percebeu que estava dando errado D'Ale aberto na direita, mas vindo para dentro com a bola para liberar Heitor. O Fluminense carregou as jogadas por ali, com Caio, Yonny González e Nenê. Zé Ricardo passou o disciplinado Pottker para lá, trazendo D'Ale para dentro, onde estava Patrick. Este foi para o flanco esquerdo.
O Inter fez os dois gols nesse desenho, impedindo o escape do Flu pelo seu lado direito de ataque e aumentando o volume de ataque colorado, ainda que sem muita lucidez. Antes dessa mexida, nem isso.
Mas, no segundo tempo, o Fluminense veio para cima. E aí Zé Ricardo deu sorte mesmo. O técnico Marcão tirou Nenê e Yuri, verticalizando com o ponteiro Wellington Nem e o atacante de área Lucão. Mais objetivo, pressionou o Inter. Verdade que o gol de Nem nasce de um erro raro de Cuesta, que tentou driblar no ataque quando só havia Moledo atrás dele. Desarmado por dois jogadores, o contra-ataque foi como tirar doce de criança.
O jogo termina com 14 finalizações para cada lado e empate em posse de bola. E, no Beira-Rio, contra uma equipe limitadíssima, que só luta para não cair, não pode ser assim. Se o Inter deixa-se dominar pelo Fluminense em casa, pedindo desesperadamente o fim do jogo para não ceder o empate, tem de melhorar muito. O tripé de volantes com Patrick ora aberto pela esquerda, ora por dentro, não está funcionando. Além de tornar o time vulnerável, retirar criatividade no ataque.
Como eu disse, valeu muito pelo resultado. Agora, se ao menos não perder diante do Corinthians, em São Paulo, adversário direto por G-6, e fizer o dever de casa contra Fortaleza e Goiás, o Inter vai disputar a Libertadores 2020.
Se aprender com os erros da vitória sobre o Fluminense, pode muito chegar lá.